30/12/2008

Rotinas I

De malas quase prontas para voltarmos aos Dias Santos, aqui!

PS: com a prole a aumentar, este ano já somos 20 adultos e 20 crianças. Acho que para o ano arriscamo-nos a ficar em minoria!

27/12/2008

O que sobra do meu Natal!

A mesa impecavelmente posta e o cheiro intenso da sopa de Natal - a sopa de bacalhau e couves, que a minha avó materna fez para o meu avô no 1º Natal pós casamento e que se tornou tradição na família, hoje, divinalmente assegurada pela minha mãe .
Lá longe, ficaram os jantares do dia 24 a acabar a tempo de não perder a Missa do Galo, com o seu cheiro a incenso, a naftalina e a perfumes doces. O regresso a casa e o sapatinho colocado no presépio com uma oração antes de ir para a cama. A alegria da manhã do dia 25, a passagem pelo café na Versailles e o almoço na outra família. E ainda, tempo a sobrar para acabar o Natal entre amigos!
Porque é que agora é tudo a correr ?, desde os preparativos, as refeições, a abertura dos presentes, os dedos arranhados de tantos arames desemaranhados, “arrumar a trouxa” e voltar para casa carregada de plástico e pilhas, tantas pilhas e que nunca chegam, respirar fundo e começar tudo outra vez no dia seguinte… Eu só pergunto, meu Deus, quando é que vou conseguir passar para os meus filhos a magia do Natal que eu vivi antes deles?! Angustia-me pensar nisso porque estou convencida que assim não vou lá…

23/12/2008

Natal Feliz

O "nosso" Menino Jesus, este ano, chegou mais cedo!
O Natal da Sophia vai ter um encanto especial, mesmo passado em enfermaria, berçário, entre batas, técnicos de saúde, tudo envolto em ambientes assépticos, a verdade é que já tem o seu bebé nos braços!
Presépio /Presente do Tiago, do colégio

19/12/2008

"A" Festa de Natal!

Eu adoro estas Festas de Natal!

Numa semana em que tenho andado particularmente a "mil", tive o momento de ouro, ao ver o meu filho de 4 anos, encarnar um senhor Scrooge na PERFEIÇÃO, do principio ao fim!
Quem conheceu o Ricardo sabe que ele tem a quem sair...transbordou talento, postura, atenção e o mais importante - indiscutível sentido de humor!
E eu, claro...babei!

18/12/2008

Jørn Utzon, o mestre e o espírito do lugar

Durante muitos anos, foi uma referência de estudo do atelier, com a suprema beleza dos fundamentos da arquitectura orgânica de Frank Lloyd Wright ( inclinar reverencialmente a cabeça quando se fala DO GRANDE MESTRE), temperada pelo profundo conhecimento dos materiais dos nórdicos como Alvar Aalto ( mais uma reverência, por favor). Nascido na Dinamarca em 1918, filho de um distinto arquitecto naval, o que explica muito da sua obra, é talvez mais conhecido pela Ópera de Sidney, o que só por si, constitui uma verdadeira epopeia , a história do concurso e construção deste notável edifício. Pritzker de arquitectura em 2003, as minhas preferências na sua obra vão para as Fredensborg Housing, de 1962, um conjunto residencial com espiríto comunitário para seniors, perfeitamente adaptado ao terreno e às curvas de nível, constituído por unidades de moradias unifamiliares concebidas na horizontal, com tipologias em pátio. A concepção do projecto atinge o equilíbrio perfeito entre espaço privado e espaço público, interpretando e respeitando sempre, o espírito do lugar.

12/12/2008

Parabéns Arquitectos Portugueses - Prémio Pessoa 2008

Carrilho da Graça é o segundo arquitecto a receber o prémio Pessoa, o primeiro foi Eduardo Souto Moura em 1998, que nem por acaso faz parte do actual júri. É um prémio da dita sociedade civil, que premeia um percurso individual com contribuição relevante nas áreas artísticas, cientifícas, literárias , etc..
É merecido pelo percurso como professor ( ainda no meu tempo de Universidade Técnica no Chiado, antes de sair na "purga" do excelso Taveira, director na altura), e como arquitecto, com uma obra vasta e muito interessante, já com alguma dimensão internacional. Relembro uma divertidíssima visita de estudo a Portalegre à volta de algumas obras do Carrilho da Graça, orientada pelo arq. João Rodeia, nosso professor de Teoria da Arquitectura, em que me impressionaram bastante as piscinas municipais de Campo Maior, muito no espiríto corbusiano, emoldurando a paisagem alentejana, já lá vão quase 20 anos! Gosto muito do espaço do Pavilhão do Conhecimento dos Mares, particularmente do percurso do acesso exterior feito pela rampa encerrada no pátio quadrado, o mais recente espaço museológico do Museu do Oriente, não me convenceu particularmente, para além da cenografia dos espaços expositivos, que é feita através da manipulação em forte contraste, da luz e da sombra. Magnífica é a intervenção depurada no Palácio de Belém. Vale a pena conhecer a obra deste autor, honra seja feita também a Lisboa e aos seus arquitectos.
Já agora, um pormenor surpreendente, será que J.L.Carrilho da Graça, trabalha orgulhosamente só? É que não consigo vislumbrar uma equipa de trabalho na sua apresentação... Notável para uma obra de "autor" tão vasta! A sociedade civil espanta-se e rende a merecida homenagem!

10/12/2008

A Mãe Natureza e a ciência na hora H

E quando a médica de saúde materno-infantil, nos olha nos olhos e diz com uma expressão prenhe de significados indecifráveis... A hora aproxima-se, não é verdade? Está na sua cara!
O meu mundo tremeu! Habituada a ouvir destas, todos os dias, logo pela manhã, enquanto me passeio no mercado de rua, entre couves e flores, nabos e laranjas, carapaus e sardinhas a luzir por entre cubos de gelo a derreter.. Oh D. Sofia! Está para já! Barriga larga é rapariga, barriga prá frente é menino! Que a sua hora seja curta, e lá vem o relambório das desgraças próprias, das amigas, vizinhas e conhecidas...Tudo temperado com muita mão na ilharga, gritos, palavrões (de fazer corar as pedras da calçada!) e gargalhadas festivas!
Lembro-me logo de outras histórias divertidas, da minha mãe urbano depressiva que num acesso nostálgico de outra vida, sempre disse que uma das minhas irmãs nasceu em simultâneo com os bezerros e os cordeiros na quinta da minha avó, que é na mudança de lua, basta consultar o calendário! Do pai da criança que dando cotoveladas cúmplices à médica, me assegura que naaaaaão, que está tudo muito normal!...Claro que é nas luas, ÓBVIO! Está tudo explicado no almanaque Borda de Água....já agora!
Na verdade, por muito que me esforce por ter uma atitude racional, não consigo espreitar o calendário com as mudanças de marés e a sua influência nas luas e nos animais...o que de certa forma me encanta e assusta, Mãe sob influenza da mãe natureza! Mães, mulheres e fêmeas parindo em simultâneo no mesmo chamamento universal... Por muito assépticos que sejam os nossos hospitais e enfermarias, berçários e técnicos de saúde, por debaixo das batas e atrás da pose científica, basta procurarmos um pouco, e encontramos ares de..., calendários lunares, influências astrais, palpites e uma parafernália de delícias de outro mundo.

Ofendido ou Perplexo?

O que terá ficado a pensar o senhor que costuma estar à porta do Mc Donald`s da Av. de Roma quando o Francisco hoje, depois de lhe dar uma moedinha (que pediu insistentemente ao avô) do “alto” dos seus 7 anos lhe diz:

“-sabe, meu senhor, eu sei de uma maneira para não ter que estar aqui ao frio a pedir esmola. É ir trabalhar para ganhar o seu dinheiro.”

06/12/2008

A Metáfora da Cegueira

"Ao sair dali, seguiram-no dois cegos, gritando: «Filho de David, tem misericórdia de nós!» Ao chegar a casa, os cegos aproximaram-se dele, e Jesus disse-lhes: «Credes que tenho poder para fazer isso?» Responderam-lhe: «Cremos, Senhor!» Então, tocou-lhes nos olhos, dizendo: «Seja-vos feito segundo a vossa fé.» E os olhos abriram-se-lhes." Evangelho segundo S. Mateus 9,27-30.

Metáfora lindíssima...Ontem na missa, lembrando os 10 anos da Passagem, foi esta a leitura do Evangelho.
Na curta homília que se seguiu, o padre apenas pediu para que os nossos olhos fossem abertos e não cegos para a luz e para o bem, e convidou-nos à reflexão.

Ensaio sobre a Cegueira, Fernando Meirelles e Saramago

Fui vê-lo com o meu filho, cheia de reservas. Faz agora 10 anos que li o livro, achei-o pesado, sufocante e deprimente, com uma visão metafórica esgotante senão pretensiosa, aparte as minhas embirrações com o autor. A altura em que o li, coincidiu com um momento trágico da vida familiar, em que o sofrimento, a morte e a perda nos avassalou pela primeira vez, violentamente. O que obviamente, não favoreceu a leitura desta obra do nosso Nobel...nem a memória associada a esta data.
Na verdade, a realização de Fernando Meirelles, foi o motivo que me levou a vencer uma repugnância inicial e decidir-me ir vê-lo, perante a insistência do meu filho adolescente (?o tal nurd dos computadores?). A memória, ainda recente, da adaptação ao cinema do livro de Jonh Le Carré, de O Fiel Jardineiro, encheu-me as medidas, coisa rara neste capítulo, gosto do livro, não gosto do filme, é a regra...
Conclusão, gostei muito do filme e o nurd ficou siderado, o filme entrou directamente para o seu top five.
Nas mãos de um artista como Fernando Meirelles, a metáfora da epidemia da cegueira branca, é revelada através de imagens cruas, violentas e poéticas, coadas por uma luz branca, muito bela. Julianne Moore, que eu nunca apreciei devidamente, é aquela actriz madura que se transfigura numa mulher/anjo (em terra de cegos, quem tem olho, é rei), que assume o peso e a responsabilidade matriarcal de cuidar dos seus (os bons), e os conduzir num mundo abandonado pela civilização ( e por Deus) aos instintos mais primários da sobrevivência, a um abrigo, um porto seguro. E por aí fora, como metáfora, prefiro a de William Golding do "Deus das Moscas", também Nobel, por coincidência.
E já agora pergunto, o que é que o cinema brasileiro tem, que o nosso não tem?

02/12/2008

Kostia, Constantino Dmitrievich, Levine, o alter-ego de Tolstoi e o encontro com Deus

-As pessoas não se parecem umas com as outras, Constantino Dmitrievich. Há aqueles que que vivem para a barriga, e aqueles que pensam em Deus e na alma.
-Que queres dizer com isso?-quase gritou Levine.
- Viver para Deus, observar a sua lei. As pessoas não são iguais. Por exemplo, do seu lado também não viria mal ao pobre mundo.
-Sim, sim... até logo- balbuciou Levine, ofegando de emoção. E, voltando-se para agarrar a bengala, dirigiu-se a passos largos para casa. «Viver para a nossa alma, para Deus.» Estas palavras do camponês tinham achado eco no seu coração; e pensamentos confusos, mas que ele sentia fecundos, escapavam-se de qualquer recanto obscuro do seu ser para o deslumbrarem com com uma nova claridade.
(...) Eu e milhões de homens, no passado e no presente, tanto os pobres de espírito como os doutos que perscrutaram estas coisa e fizeram ouvir a propósito disto as suas vozes confusas, estamos de acordo sobre um ponto: que é preciso viver para o bem. O único conhecimento claro, indubitável, absoluto que temos é este; e não é pelo racíocinio que lá chegamos, porque a razão exclui-o, pois ele não tem causa nem efeito. O bem, se tivesse uma causa, deixaria de ser o bem, tal como se tivesse um efeito, por exemplo uma recompensa....Isto sei-o eu e sabemo-lo todos. Pode haver maior milagre?

28/11/2008

26/11/2008

Os Juramentos solenes e as memórias de infância

O Presidente da República avançou hoje que no encontro da noite passada com Dias Loureiro este lhe garantiu não ter cometido irregularidades nas funções empresariais que desempenhou em empresas ligadas ao grupo Banco Português de Negócios (BPN), considerando Cavaco Silva não ter qualquer razão para duvidar do conselheiro de Estado.Cavaco Silva, que falava à margem da cerimónia de inauguração da nova sede da União das Misericórdias Portuguesas, disse aos jornalistas que Dias Loureiro lhe garantiu “solenemente não ter cometido qualquer irregularidade” e que, como tal, não tem “qualquer razão para duvidar da sua palavra”. Jornal Público online
Gostaria de perceber o que é neste caso uma garantia solene... Será equivalente a um juramento solene? Com uma mão sobre o coração e outra na bandeira? Ou com a mão direita sobre os textos sagrados? Ou como o juramento solene dos escuteirinhos? Automaticamente vem-me à memória o eterno " quem mais jura é quem mais mente"...Vox populi. Ou mesmo o esquema mais básico, as figas atrás das costas.

24/11/2008

O Professor de Português

E quando o nosso filho adolescente, um autêntico ( e irritante) nurd dos computadores, nos entra em casa a falar de literatura, a pedir livros novos para ler ( os "velhos", criam pó nas estantes), a requisitar Leão Tolstoi nas (abençoadas) bibliotecas municipais, a impingir-nos textos e artigos de opinião do Jornal de Letras, entrevistas de revistas de moda? A resposta é feliz, tem um professor ( com letra maiúscula) de português, comme il faut. Quando na primeira reunião de direcção de turma, alguns pais reclamaram dos temas abordados nas aulas de português não se restringirem à área da disciplina, comecei a perceber que os sinais eram de sorte grande! Um professor fora das normas, mas que consegue cativar uma turma inteira de alunos de ciências para as letras, que põe os meninos a fazer requerimentos a solicitar que seja este professor a dar as aulas de substituição, que põe o meu filho a ter Bom com distinção, e a ler, a ler! Quase que irrita, se não fosse tão bom, anos passados a interrogar os meus botões sobre qual foi o meu erro que não consegui cativar o meu filho para a leitura, após tentar todos os métodos, inclusivamente os da ameaça, pressão psicológica, gritaria e insultos! Leitora assídua e anárquica, desde que tenho memória, filha de Pai leitor compulsivo e de Mãe bibliotecária, partilho o prazer dos livros com os meus e considero um privilégio o prazer da leitura, uma janela aberta para o mundo, uma libertação das malhas mesquinhas do quotidiano, um sem fim de viagens e possibilidades. Este professor de Português, que tivemos a sorte de topar no caminho, e que é obviamente, uma carta fora do baralho, com doutoramento feito em Itália sobre a cultura portuguesa, O mito camoneao, sob a orientação e protecção da professora Luciana Stegagno Picchio, principal especialista italiana de Estudos Portugueses e Brasileiros, deveria ser clonado e espalhado pelos liceus de Portugal. É de professores marcantes, estimulantes e originais que os nossos miúdos precisam (e os pais também). No que me toca, tenho a agradecer duplamente, estou em estado perfeito de paixão pelos amores de Anna Karenine, mais precisamente pelos amores arrebatados de Kostia, ou Levine (alter-ego de Tolstoi) e Kitty e por Anna Arcadievna e o seu Conde Alexis Vronsky! Confesso, ainda não tinha lido esta obra maravilhosa, este romance perfeito, eterno e comovente. Não sei o que teria sido melhor, lê-lo aos 15 anos em plena inocência, ou mergulhar aos 40 em plena maturidade. Obrigado prof. Henrique, o seu trabalho é muito apreciado.

20/11/2008

Estado de Choque!

Como é que uma professora do 2º ano do 1º ciclo se mostra "chocada", quando lê num bilhete/pedido de desculpa de um aluno de 7 anos, que se portou mal e não trabalhou, porque, como este se justifica (com ou sem razão) lhe "estão sempre a pedir para fazer a mesma coisa"?!!!! Será que ela olha para o aluno como para um adulto com maturidade para a avaliar ? Será que não consegue perceber a enorme distancia de tempo e experiência de vida que os separa? Será que não consegue valorizar a sinceridade pura e ingénua e identificar um pedido de ajuda?

"Fiquei muito chocada!", acabei de ouvir há minutos! A sério???

O mistério das Consciências Mortas e o nosso Inefável Governador do Banco de Portugal - Parte II

No Boletim Económico de Outono, o Banco de Portugal assinala que cada desempregado passa, em média, quase dois anos sem conseguir novo posto de trabalho. A instituição justifica o aumento do desemprego de longa duração com o que considera ser o regime “generoso” da prestação social assegurada pelo Estado. O relatório do Banco de Portugal refere ainda que há cada vez mais beneficiários do subsídio de desemprego por causa da recente legislação, que desincentiva a declaração do estatuto de inactivo. Fonte RTP1. Notícias

Como é que ainda nenhuma consciência morta do BP se lembrou, desta ideia maravilhosa, Sem subsídio de desemprego não haverá dois anos de "procura", a adaptação a qualquer trabalhinho será automática. Nós, o gigantesco exército de trabalhadores a recibos verdes subscrevemos esta ideia, Igualdade para todos, ou seja, todos sem subsídio de desemprego (ou todos com direito a subsídio de desemprego). Se passarem todos a recibos verdes, magníficos profissionais liberais, é que vai ser, acabam-se as baixas, o laxismo, o absentismo, o bla blá, a má vontade, as férias, o Natal, os trabalhadores transformam-se todos em máquinas dedicadas e solícitas. E esta sr. Governador, ainda não se tinha lembrado?
Será essa a verdadeira preocupação do Banco de Portugal? Para que serve, já agora, para regular os mercados financeiros? Para impedir as fraudes, os negócios obscuros na alta finança, para se preocupar com os desgraçados do subsídiozinho de desemprego ( que fora a nata das natas dos boys dos partidos) vivem angustiados na corda bamba? Ou não serve para nada? Se não tem meios para actuar, extinga-se. Ponto, mais uma poupança (grande) para o estado. O tempo é de crise, em crise não há lugar para a "generosidade".

13/11/2008

"PURO COMO DEUS O DEU"

Não podia deixar aqui passar esta notícia de há poucos dias! O nosso Azeite do Romeu, foi considerado o melhor azeite do mundo!

Parece tão fácil, nas palavras do João Pedro:

“A partir do nada que é a terra, e o sol e a água, que no fundo são tudo, cultivamos um produto que é muito bom, e é reconhecido nos quatro cantos do mundo, isto dá um gosto especial a toda a equipa”, afirmou aqui.

A Sociedade Agrícola Clemente Menéres foi fundada pelo meu trisavô há mais de 100 anos e mantem-se exclusivamente em toda a família até hoje, com este meu primo e actual gerente, a tratar dela com muito carinho e extrema dedicação - “Eu sou a quarta geração da família que trata da quinta, em cada ano tentamos melhorar qualquer coisa, gostamos disto, ligamo-nos às coisas, tudo isto fala comigo, as paredes, as árvores e os quadros, por saber que foi o pai, o avô ou o bisavô que fez”.

Se calhar é mesmo aí que está o maior segredo, e eu acredito que mesmo atravessando tempos difíceis, o João Pedro vai conseguir em breve, transformar o nosso vinho, no melhor vinho do mundo!

12/11/2008

O mistério das Consciências Mortas e o nosso Inabalável Governador do Banco de Portugal

Nada me pesa na consciência em termos de ter cometido qualquer acto para ter contribuído para esta situação. Afirmou ontem à noite Vítor Constâncio no Parlamento.
Onde é que eu já ouvi isto? Alguém é capaz de me explicar como se avaliam e supervisionam as consciências individuais? Ou mesmo como se verifica a existência das mesmas? Será uma questão de fé? Não pode ser ...! Porque motivo são sempre chamadas as consciências à colacção? Suspeito que são como as empregadas domésticas, têm as costas largas e são elásticas, quando existem....

10/11/2008

Espírito de Natal

Já está na hora de "encomendar" anjinhos... o meu já vem a caminho!

09/11/2008

Traição! RTP-2 e as séries em canal aberto

A propósito do Dia dos Fiéis Defuntos, no Câmara Clara na passada semana, tivemos o privilégio de ouvir o Professor Dr. Manuel Sobrinho Simões, figura absolutamente ímpar e encantadora com um discurso riquíssimo, a debruçar-se sobre o tema da morte sob a perspectiva de um patologista, e nada melhor que recorrer às nossas brilhantes séries de estimação, para iniciar a abordagem.
Sopranos (Top One, maravilha das maravilhas!),Six feet under,(Top Two em ex aequo...), Dexter, (que é feito? Segundo consta já vai na 3ª série...), este grupo numa primeira categoria de séries de qualidade, concordo em absoluto, e numa segunda categoria teríamos, CSI, Bones, Sobrenatural, etc, por aí fora. A questão é simples, Paula Moura Pinheiro mostrou-se muito orgulhosa do papel da RTP 2 em passar em horário nobre estas séries, mas na verdade é que o Inverno não tarda e ....
À segunda feira, temos Weeds, qualidade tem, mas o tema é de interesse muito, muito relativo e é preciso um certo estômago para tanta diversão! Às terças feiras, passa a vomitante repetição da mais inacreditável das séries, pretenciosa, superficial, claro que estou a falar da Anatomia de Grey, um insulto à inteligência, ainda por cima repetido...
Às quartas, o Sem Rasto em repetição de temporada, que apesar de ser uma série de qualidade, não se aguenta ver no mesmo ano o andar para trás da série, o que é que se passa?
Às quintas temos o Bones, engraçado, mas...muito básico.
Sobra-nos o serão das sextas-feiras com o Lipstick Jungle, mulheres poderosas, sofisticadas, muito sexo e alta costura, enfim, à falta de melhor para fazer, vê-se, é divertido,mas....!
Qual é o motivo de orgulho da directora de programas da RTP2, Dra. Paula Moura Pinheiro? Confesso que não entendo e me sinto completamente defraudada. Para quando a sequência do Dexter ( a segunda temporada)? Chuck? Brothers and Sisters?

05/11/2008

Parabéns Obama e América!

Parabéns América! Parabéns pela demonstração cívica, pela mobilização da sociedade que se gerou em torno de uma vontade de mudança com uma votação muitíssimo participada, quem nos dera.... O sonho americano continua vivo! Espero sinceramente que o exemplo de mudança democrática nos chegue também a nós. As expectativas são elevadíssimas, o que cinismos à parte, me provoca uma sensação de vertigem...(Eu preferia Jonh McCain, mas para mal dos meus pecados, as minhas preferências vão sempre para perdedores e causas perdidas...) Não sei se acredite mesmo, que as políticas ambientais mudem radicalmente, que a polícia do mundo se altere, se uma vez chegado ao poder, o sistema não conforme o sonho e o discurso poético à dura realidade dos lobbys e dos interesses, É preciso que algo mude, para que tudo fique na mesma? Seja como for, o futuro o dirá e depois de Bush, será sempre mais risonho.

04/11/2008

Eleições americanas

Estou a torcer por Jonh McCain, é verdade! Apesar de partilhar a alegria de ver o período Bush chegar ao fim, e de reconhecer a evidente qualidade de ambos os candidatos, receio que as elevadíssimas expectativas geradas por Barack Obama se vão revelar um flop para os que acreditam numa radical mudança na política americana, interna e externa. Irrita-me mesmo o peso dado à cor da pele nesta história. Penso mesmo que nós europeus temos muito mais a perder com os democratas no poder do que com os republicanos. Não acredito que Barack Obama já tenha ganho à partida, tenho a convicção que a sociedade americana é muito mais conservadora e opaca para nós europeus do que aparenta ser. Mas é concerteza um fenómeno fascinante a ser observado, agora e no futuro. Dê por onde der, é a História a escrever-se perante os nossos olhos. Força MCain!

Aprender a rezar na era da técnica

Mais um livrinho de capa preta e conteúdo negro, de Gonçalo M.Tavares a assombrar as minhas leituras....
"O médico na Era da técnica é encarado como um habilidoso condutor de automóveis (...). O bisturi dentro do organismo procurava reinstalar uma ordem que fora perdida. Lenz Buchmann,que nascera já com os genes dominados pela lucidez, aprendera depois pela medicina, a reservar uma certa distância em relação ao sofrimento do outro, distância essa que poderia, por outras pessoas, ser classificada de incapacidade de empatia ou mesmo de perversidade; ou podia ser simplesmente entendida como puro profissionalismo(...). Os sentimentos não devem enferrujar o bisturi(...). As ruínas são perigosas, costumava dizer Frederich Buchmann aos seus filhos Albert e e Lenz, debaixo delas algo ainda se mexe. " O médico cirurgião Dr. Lenz é uma personagem genial, sobredotada, que evoca em mim, a figura real de um médico cirurgião, que infelizmente cruzou a minha vida em duas situações extremas, e que possuindo a mestria da técnica, reservava a empatia, a compaixão, dos que se entregavam em sofrimento nas suas mãos. Sempre interpretei essa aparente frieza, como um processo de auto-defesa perante o sofrimento, como uma muralha levantada para defender o próprio do choque brutal que é o confronto com o limiar da vida e da morte, daquele que instrumento da técnica e da ciência, interfere nesse processo sem ter o poder de determinar o seu desfecho. (Filha de médico, sempre me habituei a ver e a admirar, como fundamental no processo terapêutico, a empatia, a compaixão, a compreensão do outro para além do sofrimento e no sofrimento...) Lenz, por ironia, acaba por soçobrar ao mesmo mal incapacitante que se habituou a desprezar como uma fraqueza intrínseca nos outros. Talvez Lenz não seja um Médico, mas seja antes um predador perigoso, ler com atenção o capítulo do caçador e da presa, um ser desumano, poderoso e manipulador. Talvez no fim, Gonçalo M. Tavares cumpra justiça no ciclo da natureza implacável e perversa, com a espada matas, com a espada morres...
Excelente, brutal, mas a usar ( ler) com moderação.

03/11/2008

Útil.

http://addictomatic.com/

01/11/2008

Os 3Cs

Numa altura em que se fala tanto em crise, e nas possíveis formas de a ultrapassar tirando partido das novas oportunidades que surgem, fala-se também muito em criatividade, em descobrir a forma de sairmos deste lodo.

No outro dia, retive esta frase, que faz parte do branding de uma empresa de meios à qual estamos a prestar assistência na remodelação dos seus escritórios, e fiz automaticamente a transferência para nós cá em casa, para o meu curtinho agregado familiar.
“What moves us? Curiosity, Creativity, Collaboration”
O meu filho mais velho move-se seguramente por uma enorme dose de curiosidade e alguma criatividade, mostrando no entanto alguma dificuldade em colaborar.
O mais novo é muito criativo, gosta de colaborar, mas em proporção talvez lhe falte alguma curiosidade.
Eu, bem, sou muito, mas mesmo muito curiosa, gosto de colaborar no trabalho de equipa mas às vezes sofro angústias de falta de criatividade. E, gosto de pensar que um dia vamos todos encontrar a fórmula secreta, aprender uns com os outros a misturar os ingredientes (estes que até já temos, mas também outros) na dose certa, para assim podermos atingir aquele estado que nos irá permitir realizar os sonhos e alcançar o sucesso de uma vida plena, de felicidade!

30/10/2008

O prazer pela leitura

Cá em casa começou cedo... e eu não acredito que o Magalhães, que já é tão desejado, nos vá dar cabo disto!

28/10/2008

Paris de Cédric Klapisch

Fui vê-lo cheia de reservas, tais eram as criticas, uma só estrela de 1 a 5, filme tipo Magnólia, sei lá! Estes nossos críticos de cinema, padecem por vezes de uma certa falta de simplicidade, que os impede de apreciar a boa, maravilhosa, qualidade do cinema como objecto de prazer. Ainda bem que fui atrás das belas imagens de Paris, da madura e sempre lindíssima Binoche, do intenso Romain Duris, da extasiante banda sonora, das histórias simples de gente normal, que das mansardas efabula sobre a vida dos outros, histórias entrecruzadas pelas ruas, mercados ( que fascínio estes mercados de rua!), monumentos, amplas panorâmicas da cidade luz, cenário perfeito para o drama da vida de cada um.
Pois é, gostei imenso, ri-me às gargalhadas dos pesadelos do arquitecto, do professor universitário apaixonado pela aluna a dançar freneticamente, da consulta no psi, do elevador avariado de última geração na boca desdentada da velhinha, saí divertida e bem disposta da sala de cinema. Que bom, não é?

27/10/2008

Mais uma pérola da Feira da Ladra - Um apartamento de sonho!

Quando for grande quero viver num apartamentozinho assim... pequenino, à minha medida, da minha dúzia de filhos e da criadagem de dentro e de fora. No terraço um " Maravilhoso salão de festas, exclusivo dos senhores proprietários, para as suas recepções sociais e festas infantis, sendo a parte exterior do terraço protegida dos ventos do quadrante norte, assim permitindo, agradável permanência neste local." O salão de -estar (56m2), a sala de jantar (23m2): Situada no perfeito esquema, ligada ao salão de estar, comunica com os serviços de copa. O quarto-a (19,5m2): Este quarto apresenta-se como sendo o primeiro da zona íntima,daí a sua finalidade como quarto para rapazes. Além da sua explêndida amplitude é dotado de um belíssimo armário-roupeiro em sucupira. O quarto-b(19,5m2): Idêntico ao quarto «A» em todas sa características é indicado para o quarto das meninas. E por aí fora continua a descrição, escritório, quarto de hóspedes ou sala de leitura, quarto principal " do magestoso andar", 4 casas de banho com pavimentos Estremoz, cozinha-copa-casa de engomados, dependências do pessoal, estendal, etc. Mais uma obra de Ruy de Athouguia a embelezar a nossa Av. de Roma. A preços módicos na Feira da Ladra...

06/10/2008

Cuidado, eles andam por aí! Destruir depois de ler....

Mais uma comédia negra dos irmãos Coen, com um subtítulo muito bem aplicado, "a inteligência é relativa". Ou antes, como a falta de inteligência e cultura, associada à mais elementar falta de senso pode conduzir a um caos com contornos de catástrofe. Magnífico Malkovitch, o único ser normal do conjunto de personagens cegas por tanta estupidez e ganância. Magnífica Frances McDormand, personificando a absoluta falta de contacto com a realidade, ou uma cultura moldada por clichés ( as cirurgias plásticas, os encontros via net, a cultura televisiva das séries policiais e de espionagem) como o vazio moldado pela sociedade de informação pode induzir a comportamentos grotescos. Brad Pitt e Georges Clooney que nunca apreciei devidamente, confesso, sobem vários patamares no ranking interpretando os palhaços de serviço. Um bando de gente estúpida, cúpida e caricata que nos faz rir de tão real, que nos faz lembrar algumas figuras de carne e osso, com as quais convivemos obrigatoriamente, o menos possível, mas que temos que suportar por obrigações sociais. É bom que nos lembremos, que essas figurinhas desprezíveis, na verdade, se podem tornar perigosas quando surge a oportunidade.... É um filme que vemos e "destruímos depois de ler", mas a persistente mensagem dos irmãos Coen, está lá e é importante, cuidado com os estúpidos e gananciosos, não os substimemos pois eles podem revelar-se uma força temível de destruição. Só por muito azar é que nos cruzamos com serial killers, mas gente cúpida e sem escrupúlos abunda em cada esquina, be careful!....

02/10/2008

6 de Outubro - Dia Mundial da Arquitectura

Se há coisa que me irrita, são dias comemorativos móveis!
Em 2007, foi no dia 1 de Outubro, em 2006 foi dia 2 de Outubro... Porquê? Porque é que andam todos os anos a alterar a data do dia Mundial da Arquitectura (que pomposo!), ou é mesmo para calhar sempre numa segunda feira? Só se for esse o motivo, para aprofundar a alegria dos milhares de arquitectos, no nosso glorioso Portugal cheio de oportunidades, a simbologia das segundas feiras negras....
Descobri, é simbólica, a ligação primordial às segundas feiras negras!
Para consulta, aqui vai a programação, nada confusa, com um tema evidente, é um desafio, uma charada, tentar descobrir a lógica....

01/10/2008

Sir V.S. Naipul, 22 de Novembro, sábado,18h00, na F.C. Gulbenkian

Fixe esta data, o privilégio de poder ouvir o Nobel da Literatura 2001, Sir V.S. Naipul, by himself, alive, vai-nos ser concedido pela Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da Exposição "Weltliteratur. Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!". O meu encontro com Naipul tem apenas alguns anos, mas passou automaticamente para o meu Top Ten da literatura, não sei de qual gostei mais, "Uma vida pela metade" (foi um verdadeiro coup de foudre!), "Miguel Street" (talvez o meu favorito), "Uma casa para mr. Biswas", "A curva de um rio", um ensaio magistral sobre África, "Para além da crença", uma viagem pela Indonésia, o maior país islâmico do mundo. Polémico, com uma autobiografia recentemente publicada, capaz de atiçar ódios pelo seu desprezo pela opinião alheia e pelas convenções sociais, é uma figura a conhecer, através das suas personagens que nos comovem e apaixonam, revelando-nos um mundo cruel e uma sociedade impiedosa, através da diáspora da comunidade indiana.
Melhor ainda, o ciclo de conferências associadas à exposição, concebida e montada por irmãos Aires Mateus, tem um conjunto muito interessante e diversificado de autores, como Eduardo Lourenço, Pacheco Pereira, Filomena Mónica, Luísa Costa Gomes, D. José Policarpo, etc, para todos os gostos, a dificuldade é a escolha. E porque não comemorar o dia Mundial da arquitectura com a abertura do ciclo de conferências, ouvindo os Mateus a perorar sobre a concepção e montagem da exposição? Nada como associar Arquitectura e Literatura!

29/09/2008

Obrigado Paul Newman!

O mundo ficou mais triste, mais pobre e definitivamente mais feio!
Rara felicidade, reunia beleza, classe e sobriedade, foi uma referência para várias gerações, inclusivamente a minha. Lembro-me sempre de procurar os seus traços nas eternas discussões próprias da idade da parvoíce, aquele tem olhos de Paul Newman, demasiado bonito, parece-se com o Paul Newman.... Havia inclusivamente um professor na Faculdade, que era um tédio tremendo, mas...tinha perfil de Paul Newman! e essa característica (rara) ajudava a suportar as duas horas de Semântica da Arquitectura, disciplina odiada pela generalidade, com um discurso hermético e monocórdico. Não será esquecido pela minha geração, mas as miúdas de 18 anos não sabem o que perderam! Sim, volto nostalgicamente à mesma conclusão, deixa saudades e é muito bom tê-lo na memória, mas contrariando a vox populi, há figuras insubstituíveis! Obrigado, Paul Newman!

23/09/2008

Incentivos ao povoamento da cidade de Lisboa

Temos que começar por algum lado! Oh Helena Roseta, afinal o plano para resolver o problema da desertificação da cidade de Lisboa já se iniciou há muito! Não vale a pena chamar à baila os sempre tão interessantes casos de acupunctura urbana protagonizados por grupos de romenos e outros afins, o trabalho começa por ser feito em casa, por dentro das estruturas camarárias, há que dar o exemplo!

"A chefe de gabinete do vice-presidente da Câmara de Lisboa, tem uma casa atribuída pela autarquia há 18 anos. A ex-presidente da Gebalis, empresa municipal que gere a habitação social de Lisboa, já não vive na casa onde está agora o seu filho." DN

22/09/2008

Jornadas Europeias do Património 2008

As Jornadas Europeias do Património estão de volta! O ano passado, deliciei-me com uma genial interpretação do "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente ( sempre tão actual...!) nos lindíssimos claustros do Mosteiro dos Jerónimos. Há dois anos assisti a um concerto impressionante nos Passos Perdidos, na Assembleia da República dos Gaiteiros de Lisboa, após visita detalhada ao Palácio. Há três anos subi à cúpula do Panteão Nacional... Há 4 anos visitei o criptopórtico romano na Rua da Prata, visitei o Museu do Teatro Romano e o museu Antoniano...Este ano ainda estou a estudar o programa, mas as tentações são muitas e variadas, há que fazer opções, não temos o poder da ubiquidade, infelizmente! http://www.ippar.pt/pls/dippar/agenda_detalhe?xcode=12803717

21/09/2008

Memória curta!

Andei toda a tarde em (des)arrumações e curiosamente dei de caras com três publicações do Metro, onde vem referida a importância dada por esta entidade à Arte Pública, nomeadamente à Obra de Maria Keil.

Estes livros, foram-nos deixados um dia à porta da nossa casinha do Príncipe Real que, entre outros, nos oferecia o privilégio de ter como vizinha do andar de baixo esta senhora tão simpática, tão humilde e tão interessante. Ainda me lembro do seu encolher de ombros, quando lhe fomos agradecer o gesto, insistindo que não tinham importância nenhuma, eram apenas uns livros que podiam interessar aos seu novos vizinhos arquitectos, senão, que os deitássemos no lixo, não eram nada de especial.
Não deitámos claro, e hoje, ao desmontar a estante e folhear o primeiro, retive na memória aquilo que o Metro, com o passar dos anos pelos vistos, não foi capaz.
Deixo-vos um excerto da introdução da publicação "Arte Pública no Metro de Lisboa":
"(...) Maria Keil foi pioneira de uma Arte Pública que a partir de 1991 se viria a diversificar(...)
O Metropolitano de Lisboa patrocina assim as Artes ainda com preferência pelo azulejo e contribui, pela valorização artística dos seus espaços públicos, para uma maior humanização da cidade de Lisboa."
PS: sublinhado meu. É que é preciso ter lata!

Maria Keil

Maria Keil, quase a chegar aos 100 anos mantém este ar jovem de quem está ainda muito viva e ainda muito presente.
Ao longo da sua vida, deu-nos um enorme contributo nas artes plásticas, do qual se destacam os paineis de azulejos oferecidos à data, à cidade de Lisboa e ao "jovem" Metro.
Estas entidades "pobres e mal agradecidas", aquando das grandes obras de remodelação, avançaram para a destruição dos mesmos sem a preocupação de dar uma única palavra à autora destes paineis, que apurando formas geométricas e o uso da cor conseguiu quebrar a monotonia cinzenta das galerias das primeiras 19 estações do metro, apesar da "falta de verba" que se fazia sentir.
É muito triste constatar que neste país, quando uma obra é oferecida não há lugar a "Direitos de Autor"!
Está no ar uma petição para pedir ao concelho de gerência desta empresa que procure obter os desenhos originais e mande executar de novo os paineis destruídos. O mínimo que podemos fazer é assiná-la, manifestando assim a nossa indignação. Eu já o fiz!
http://www.petitiononline.com/MK2008PT/

16/09/2008

Indignation de Philip Roth

Oh Serra, só para ti, a melhor notícia da rentrée! Eu sei, já estás careca de saber!.... Mas para o caso de andares mais distraída...ainda vai demorar a cá chegar! Já agora, fazes o obséquio de me emprestar o Património? http://dn.sapo.pt/2008/09/16/artes/philip_roth_regressa_a_juventude_nov.html

Tea For Two

Lisa Eckdahl,
aquela voz cristalina que pacifica, It's oh so quiet, aquele jeito doce e suave que encanta, vem actuar a Lisboa no C.C.B. a 14 de Novembro, num concerto acústico, melhor seria impossivel!
Julguei-a desaparecida, acreditei que Salvador Poe a tivesse raptado para sempre, que após aquele encontro com o poeta sul americano, Lisa tivesse caído nos braços amorosos do poeta e que nunca mais nos viesse encantar com a sua voz.
Longas e inumeráveis tardes a ouvi-la, incansavelmente, a cantar standards de jazz, bossa nova, ou as suas composições, sempre muito bem acompanhada, ela é absolutamente perfeita. Now or never! http://www.lisaekdahl.com/

12/09/2008

Antes que o Diabo Saiba que Morreste

Que chegues ao céu meia hora antes do diabo saber que morreste...

Um filme notávelmente construído e interpretado com uma história de família, quase vulgar...
Lembrou-me o Fargo dos irmãos Cohen, na construção da narrativa, sem o humor que tudo alivia e torna suportável as mais abjectas situações. É uma história cruel, que põe a nú a dinâmica de uma família, com os inevitáveis dramas, ódios, invejas e competições entre irmãos. A visão de Sidney Lumet é negra, negra e negra, os personagens que compõem a cena familiar são, à excepção da Mãe, vulgares, mesquinhos e gananciosos (a trilogia do feios, porcos e maus...). Philip Seymour Hoffman é brilhante na encarnação odiosa do mentor do crime, forte e inteligente, sedutor, manipulador e consciente da sua condição, Ethan Hawke (que desperdício de rapaz!) é não menos repugnante no seu papel de fraco, medroso e absolutamente incapaz de controlar seja lá o que for na sua vida, ex-mulher, filha, amante, cena do crime, o perfeito desatre.
Interessante, porque apesar do horror quase absurdo da história, faz-nos reflectir na violência e sofrimento inerente aos frágeis equilíbrios das relações familiares, nos estereótipos do irmão mais velho, que sofre na pele a exigência e dureza do primeiro filho, contrastando com a afectuosidade desculpante e superprotectora do mais novo sempre desresponsabilizado e superprotegido, pleno de afecto. A mulher/esposa objecto, interesseira, manipuladora dos afectos familiares, sem escrúpulos, jogando irmão contra irmão com a candura de quem brinca com a vida sem avaliar a consequência extrema dos seus actos, ou preversamente consciente.
Interessante, porque a delicada teia dos personagens é-nos apresentada em múltiplos planos, avanços e recuos, em expressões e olhares mudos que revelam as intenções sublliminares dos personagens, deixando-nos preencher os vazios e os silêncios. Interessante porque em contraste com os pais, que rapidamente adivinhamos fortes, estruturados e unidos por laços profundos, os filhos são profundamente solitários e desamparados à imagem da sociedade moderna.
A ver, sem dúvida.

10/09/2008

Os Paraolímpicos

São 35 atletas a concorrer em diversas áreas como Boccia,natação, remo, ciclismo,equitação, atletismo...
Homens e mulheres que conhecem mais adversividades na vida do que qualquer um de nós, não têm o menor protagonismo na comunicação social.
Contudo... a cada conquista, erguem a bandeira portuguesa e fazem-no com a maior simplicidade do mundo!
Ontem mesmo, obtivemos no mesmo podium, uma medalha de ouro e uma medalha de prata. Não me lembro de isto alguma vez ter acontecido nos jogos olímpicos. Se calhar estou enganada, mas mesmo correndo o risco de estar, muito me escandaliza, que esta noticia não tenho sido noticia da abertura dos telejornais.
Desculpem a franqueza, e não diminuindo em nada o respeito que lhes tenho, mas estes atletas, bem como os seus treinadores e todas as suas equipas merecem muiito mais protagonismo do que atletas que se queixam do sono e cansaço ou das má qualidade de arbitagem.
Esta é a forma que encontrei para falar nos Paraolímpicos, para os homenagear. Adorava que alargassemos a homenagem, como a net nos proporciona.
A MediaCom, agência que represento, dá-lhes os Parabéns, presta-lhes homenagem pelo esforço e deseja-lhes muita sorte.
Ana Belmar

08/09/2008

All together again

Obrigado Bré, por nos abrires as tuas portas e receber (quase) todos, neste almocinho pós-férias! Foi um dia (quase) Santo... é tão bom quando estamos todos juntos!

Fiquei a pensar que não podemos perder o Touril, não podemos, não podemos, não podemos mesmo.
E antes disso, o muito em breve, aburguesado/em casa afidalgada, fim de semana Childs Free...

02/09/2008

Uma questão de jeito...

Ontem passei-me. Aqui, em frente a esta máquina (e por causa dela) com um senhor fardado de verde, simpático mas tão limitado que nem depois de eu repetir 3 vezes percebeu o que lhe estava a querer dizer. Que a culpa não era dele, mas talvez fosse o seu dever alertar a manutenção porque a máquina está avariada, não funciona em condições. O botão verde não responde à pressão do meu dedo.
Cheio de boa vontade, demonstrou-me que eu não estava certa. “Funciona sim, quer ver?” E espetando o dedo indicador dá um toque certeiro com a ponta da sua unha bem afiada no canto esquerdo do botão. Num cantinho bem específico e com a pressão certa não é que funciona mesmo? Não é sempre, nem com qualquer dedo, mas funciona. Portanto a máquina não precisa ser arranjada e quem não conseguir tirar o papel azar! Paga a multa que é para aprender e para a próxima que se esforce um bocadinho. Com criatividade e pontaria chega lá!
Hoje cheguei lá com a ponta da chave do carro e não é que funcionou?! Ufa, custou um bocadinho mas consegui apanhar-lhe o jeito!!!

30/08/2008

Baixa Natalidade no Portugal Heróico do Século XXI

A partir de 1 de Setembro é lançado o 4_18@escola.tp, um novo passe escolar para jovens dos 4 anos de idade aos 18, com direito a 50% de desconto no percurso casa-escola.

Até parece uma medida a aplaudir...mas revela-nos o inacreditável! Alguém quer acreditar neste Portugal socialista que caminha lentamente para a morte por baixa natalidade, que as crianças de 4 anos PAGAM A UTILIZAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS?

28/08/2008

A Linha do Tua - II

Por razões que todos compreenderão tenho tido uma grande dificuldade em digerir a notícia de mais um descarrilamento, no último dia 22, nesta linha-férrea! Acreditem que há dois meses atrás quando embarcámos nesta viagem (3 adultos e 7 crianças) estávamos cientes da antiguidade e da fragilidade da linha, mas ao mesmo tempo seguros de que, após os acidentes ocorridos antes, esta só estava a funcionar porque tinha sido dada a garantia total da sua segurança.

Não sou do género de ficar muito tempo a pensar que poderíamos ter sido nós desta vez a rolar montanha abaixo. Mas também não consigo ficar indiferente à sorte, ou ao azar, e neste caso, à estupidez, cretinice, irresponsabilidade e até criminalidade, dos técnicos, dirigentes distritais ou seja lá quem foi que autorizou inadvertidamente a reabertura desta linha!
Um património tão rico e belo, um transporte tão útil a uma população já idosa, e acima de tudo o valor da vida humana, não merecem um desprezo tão grande!!!

24/08/2008

No vazio da onda. Trio e quarteto, R.L. Stevenson

Seguindo o conselho de Hugo Pratt em " O desejo de ser inútil, memórias e reflexões", fui à procura de Stevenson, um dos seus mestres e modelo. Após tropeçar em múltiplas edições infanto juvenis de muito duvidosa qualidade, encontrei esta edição da Assírio e Alvim na qual é fundamental uma atenta leitura da introdução. Para meu enorme espanto, descobri (santa ignorância!), que Robert Louis Stevenson é o autor do romance negro que deu origem àquele maravilhoso filme interpretado por Michael Caine na versão mais actual de 1990 , " O médico e o monstro", ou "o estranho caso de Dr. Jeckill e Mr. Hide".
Foi um escritor maldito, incompreendido no seu tempo, deturpados e mascarados os seus manuscritos, foram sistemáticamente vitímas da pena censória de "amigos" e até da própria mulher, que os moldavam às convencões da época os seus escritos "imorais". Fixou-se nas ilhas Samoa, paisagem paradisíaca, num Oceano chamado de Pacífico, mas que à imagem de Dr. Jeckill e Mr. Hide, esconde as piores tempestades sob um verde e azul perfeitos, que serve de pano de fundo à tragédia humana....
Não sei porquê, desde o início do romance, que na minha cabeça, se colou à figura do Comandante Davis, a figura carismática de Humphrey Bogart, se alguém concordar, diga. A acção desenrola-se sempre nesta dualidade entre o bem e o mal, entre a tentação do nosso tenebroso Mr. Hide e a salvação do Dr. Jeckill, a ambiguidade das duas personagens centrais, Herrick e Davis completa-se com a negritude e abjecção total da terceira personagem, Mr. Huish. O lado solar e o domínio das sombras, numa história empolgante que nos arrasta pelo mar das Caraíbas entre piratas e homens perdidos, carregamentos roubados, tesouros de pérolas e ilhas maravilhosas que não aparecem nos mapas até encontrar um porto de Salvação, ou não...

21/08/2008

Dias a três

Entre férias em família e os próximos dias que serão passados na companhia de amigos, tivemos direito a alguns dias só os três. Foram dias intensos de pasmaceira, diversão, algum trabalho e várias conversas. Foram dias de birras, gritos, medição de forças, cedências, partilhas, desculpas, lágrimas, sorrisos, gargalhadas, miminhos, muitos miminhos. E foram dias de paciência, tolerância q.b., e acima de tudo de crescente cumplicidade, como em nenhum outro ao longo do ano!
Mas porque é que eu não consigo largar esta desconfiança de que os meus príncipes se vão transformar em sapos, mal sairmos deste "micro ambiente" para nos abrirmos de novo ao resto do mundo?

04/08/2008

Uma imagem refrescante

para aliviar os mais encalorados que estão a trabalhar, como eu, num dia em que os termómetros ameaçam chegar aos 39º!

03/08/2008

Rotinas

Hoje voltámos aqui.

Palavras,

há quem diga que a voar são levadas pelo vento. Deve ser por isso que desde sempre, preferi os actos às palavras. O acto leva ao facto, é o real. Não acho que as palavras tenham o poder que outros dizem que têm. Refiro-me obviamente à palavra falada, dita agora e que pode voar amanhã (e não me estou a referir ao compromisso), consoante o carácter transitório ou não que levou alguém a dizê-la. A palavra escrita já não é assim. Porque não pode voar, fica presa! Podemos ler e reler, elaborar, interpretá-la de formas diferentes ao longo do tempo, mas como não a podemos deixar fugir fica cravada em nós como no papel, encerrando em si um poder infinito!

23/07/2008

Saudades

Nunca mais fica de noite, para poder olhar para o céu e imaginar a festa hoje, lá longe, nas estrelas.

Nunca conheci ninguém que gostasse tanto de comemorar o seu aniversário, como o Ricky!

21/07/2008

E a prole a aumentar,

a dos Patrões desta Loja. O Grande Eduardo já nasceu e Hoje é Dia de Festa!!!

14/07/2008

Funny Games - Jogos Perigosos

Somos tragados desde o primeiro instante pela acção que revela logo um nível quase insuportável de violência, explicitado de forma magnífica na banda sonora que alterna em nos provocar estados opostos consoante o desenrolar da acção, canto liríco ou trash metal.
Canto liríco para as vitimas, trash metal para os psicopatas.
O realizador conduz-nos não a um estado de sobressalto mas a um sentimento ambíguo de culpa e de voyeurismo, em que somos envolvidos pelos agressores psicopatas como o objecto final para o qual eles preparam minuciosamente o quadro do horror, temos que agradar ao público? E olham-nos directamente nos olhos, sorrindo com cumplicidade. É aqui que o filme faz a diferença, questiona-nos como espectadores ou como consumidores do espectáculo da violência.
É um remake de um filme do mesmo autor mas em espaço fisíco diverso. Não vi o de 1997, infelizmente. Passamos da Áustria para a América, apesar do tema ser universal, parece-me que o requinte de malvadez dos personagens é muito europeu, para mal dos nossos pecados.... Em muito pouco ou nada se assemelham com Hannibal ou com as figuras retratadas pelos irmãos Cohen, esses francamente autócnes. É inquietante e perturbador, porque retrata a violência na sua forma mais perversa e incompreensível, não há mais nenhum motivo palpável do que o comprazimento dos carrascos na humilhação das vítimas, e na sua tortura, tudo é leve e divertido no sofrimento alheio, tudo é um jogo infantil, o jogo do gato e do rato, o jogo do saco e do rato, o da esposa dedicada, até deixar de apetecer para ter início outro, com novas vítimas. Muito interessante, a ver, para quem suporta o género.

11/07/2008

Lindo, de comer e desejar sempre mais

Já tinha saudades da Maghy, do Rê e do Sushi que invariavelmente aparece com eles!

09/07/2008

O livro dos grandes opostos filosóficos

"Desde tenra idade, descobrimos que as ideias se opõem e se compreendem graças a essa oposição…pois essas oposições universais são as que estruturam o nosso espírito, que lhe permitem reflectir"
Adorei ter descoberto este livro, partilhá-lo com o meu filho Francisco e assistir ao seu progressivo e entusiasmado interesse. As ilustrações que acompanham o texto são absolutamente fascinantes e ajudam à interpretação das ideias, que são complexas, mas que numa linguagem acessível, abrem espaço a outras reflexões, dúvidas e interrogações.
Fica este exemplo: "Esperar é ser ACTIVO ou PASSIVO?"
Um desafio para adultos e crianças!
"Um livro para contemplar, um livro para pensar, um livro único..."
editora: edicare

08/07/2008

I'm From Barcelona - We're From Barcelona

uma música divertida para as minhas amigas queridas: Cinderela e Tere. Eu não consigo deixar de me por a abanar a cabeça cada vez que a oiço! Espero com isto contagiar-vos com esta onda de boa disposição...

Leituras

O caos instalado em minha casa e a impossibillidade de descobrir o livro que estava a a ler fez com que pegasse novamente num daqueles livros pequeninos da colecção Livros RTP. Desta vez comecei pelo primeiro, Maria Moisés de Camilo Castelo Branco que faz parte de"As Novelas do Minho" ( 1857-1877).

Não posso deixar de partilhar convosco esta passagem genial , que li e reli umas dez vezes com crescente emoção:

" A estupidez é mais valente que a morte. Se falta a luz que adelgaça e rompe a treva do homem bárbaro, à mistura com a velhacaria que a civilização lhe tem dado , o cérebro e o coração são empadas de massa inerte, umas substâncias granulosas ou fibrosas contidas em sacos membranosos. Não há nada de mais bestial que o homem sem alma que se faz na educação. A mulher já não é assim. A maternidade é uma ilustração que lhe dá a intuitiva inteligência do amor e das grandes tristezas. Essas, em toda a parte, a chorar, são mulheres; e, ainda na derradeira curva que atasca em lama a espiral da degradação, é-lhes concedido remirem-se pelas lágrimas."

06/07/2008

Sándor Marai o escritor húngaro

Li neste fim de semana o segundo livro traduzido e publicado em Portugal por este (inexplicavelmente) desconhecido autor, Sándor Marai," A herança de Eszter". Para dizer a verdade, foi o que me pareceu menos interessante de todos. O primeiro contacto com " As velas ardem até ao fim" foi para mim o encantamento imediato. Uma profundidade de análise que nos atinge directamente na alma, o vislumbre de um mundo requintado em que os valores da alta burguesia se confrontam com o seu fim. Uma sociedade que tal como em o "Leopardo" desaba com a destruição desses valores e se extingue irreversivelmente, tragada pelos nouveau riches, pelos arrivées, pelo apelo imediato do prazer e da saciedade dos instintos. Um tempo em que a longa espera não altera os sentimentos, em que o destino e a fatalidade une e separa os personagens. Mulheres que esperam, mulheres que manipulam, paixões fatais, amizades profundas, amores idealizados, "o mundo é um teatro". Em " A mulher certa", pressente-se o reflexo autobiográfico, a construção tripartida do romance envolve-nos numa visão, primeiro fragmentada, e finalmente holística da história. Foi para mim uma descoberta que provocou o sentimento reconfortante de um reencontro, de um mundo que todos, de alguma forma, conhecemos num tempo mais longínquo e nostálgico.
"O tempo passava e a vida tornava-se cada vez mais opaca em redor de mim. Os livros acumulam-se, adensam-se. E cada livro continha uma pitada da verdade e cada recordação insinuava que é vão conhecer a verdadeira natureza das relações humanas, porque nenhum conhecimento torna uma pessoa mais sábia."
Aconselho, sem reserva, "As velas ardem até ao fim".

04/07/2008

Comemorações dos 10 anos da Ordem dos Arquitectos

O programa inicia-se com uma sessão solene no salão nobre do Instituto Superior Técnico, presidida pelo Prof. Dr. Carlos Matos Ferreira, Presidente do IST e o Arq. João Belo Rodeia, Presidente da OA . O quê? Alguém mais vê qualquer coisa de profundamente insólito nestas comemorações? Salão Nobre do Instituto Superior Técnico? Presidente do I.S.T. a presidir às comemorações dos 10 anos da O.A.? Não haverá qualquer outro salão nobre que dignifique esta data, e não seja no Técnico? Ou talvez o presidente da Ordem dos Engenheiros não estivesse disponível nesta data para partilhar também a presidência, ou alguém imagina o inverso? Presidente da Faculdade de Arquitectura de Lisboa da U.Técnica de Lisboa preside à sessão comemorativa das celebrações dos (...)enta anos da Ordem dos Engenheiros... Haja paciência, decência e respeito pelas tradições! Vão talvez firmar as posições relativamente à mudança do73/73...engenheiros e arquitectos.