29/09/2008

Obrigado Paul Newman!

O mundo ficou mais triste, mais pobre e definitivamente mais feio!
Rara felicidade, reunia beleza, classe e sobriedade, foi uma referência para várias gerações, inclusivamente a minha. Lembro-me sempre de procurar os seus traços nas eternas discussões próprias da idade da parvoíce, aquele tem olhos de Paul Newman, demasiado bonito, parece-se com o Paul Newman.... Havia inclusivamente um professor na Faculdade, que era um tédio tremendo, mas...tinha perfil de Paul Newman! e essa característica (rara) ajudava a suportar as duas horas de Semântica da Arquitectura, disciplina odiada pela generalidade, com um discurso hermético e monocórdico. Não será esquecido pela minha geração, mas as miúdas de 18 anos não sabem o que perderam! Sim, volto nostalgicamente à mesma conclusão, deixa saudades e é muito bom tê-lo na memória, mas contrariando a vox populi, há figuras insubstituíveis! Obrigado, Paul Newman!

23/09/2008

Incentivos ao povoamento da cidade de Lisboa

Temos que começar por algum lado! Oh Helena Roseta, afinal o plano para resolver o problema da desertificação da cidade de Lisboa já se iniciou há muito! Não vale a pena chamar à baila os sempre tão interessantes casos de acupunctura urbana protagonizados por grupos de romenos e outros afins, o trabalho começa por ser feito em casa, por dentro das estruturas camarárias, há que dar o exemplo!

"A chefe de gabinete do vice-presidente da Câmara de Lisboa, tem uma casa atribuída pela autarquia há 18 anos. A ex-presidente da Gebalis, empresa municipal que gere a habitação social de Lisboa, já não vive na casa onde está agora o seu filho." DN

22/09/2008

Jornadas Europeias do Património 2008

As Jornadas Europeias do Património estão de volta! O ano passado, deliciei-me com uma genial interpretação do "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente ( sempre tão actual...!) nos lindíssimos claustros do Mosteiro dos Jerónimos. Há dois anos assisti a um concerto impressionante nos Passos Perdidos, na Assembleia da República dos Gaiteiros de Lisboa, após visita detalhada ao Palácio. Há três anos subi à cúpula do Panteão Nacional... Há 4 anos visitei o criptopórtico romano na Rua da Prata, visitei o Museu do Teatro Romano e o museu Antoniano...Este ano ainda estou a estudar o programa, mas as tentações são muitas e variadas, há que fazer opções, não temos o poder da ubiquidade, infelizmente! http://www.ippar.pt/pls/dippar/agenda_detalhe?xcode=12803717

21/09/2008

Memória curta!

Andei toda a tarde em (des)arrumações e curiosamente dei de caras com três publicações do Metro, onde vem referida a importância dada por esta entidade à Arte Pública, nomeadamente à Obra de Maria Keil.

Estes livros, foram-nos deixados um dia à porta da nossa casinha do Príncipe Real que, entre outros, nos oferecia o privilégio de ter como vizinha do andar de baixo esta senhora tão simpática, tão humilde e tão interessante. Ainda me lembro do seu encolher de ombros, quando lhe fomos agradecer o gesto, insistindo que não tinham importância nenhuma, eram apenas uns livros que podiam interessar aos seu novos vizinhos arquitectos, senão, que os deitássemos no lixo, não eram nada de especial.
Não deitámos claro, e hoje, ao desmontar a estante e folhear o primeiro, retive na memória aquilo que o Metro, com o passar dos anos pelos vistos, não foi capaz.
Deixo-vos um excerto da introdução da publicação "Arte Pública no Metro de Lisboa":
"(...) Maria Keil foi pioneira de uma Arte Pública que a partir de 1991 se viria a diversificar(...)
O Metropolitano de Lisboa patrocina assim as Artes ainda com preferência pelo azulejo e contribui, pela valorização artística dos seus espaços públicos, para uma maior humanização da cidade de Lisboa."
PS: sublinhado meu. É que é preciso ter lata!

Maria Keil

Maria Keil, quase a chegar aos 100 anos mantém este ar jovem de quem está ainda muito viva e ainda muito presente.
Ao longo da sua vida, deu-nos um enorme contributo nas artes plásticas, do qual se destacam os paineis de azulejos oferecidos à data, à cidade de Lisboa e ao "jovem" Metro.
Estas entidades "pobres e mal agradecidas", aquando das grandes obras de remodelação, avançaram para a destruição dos mesmos sem a preocupação de dar uma única palavra à autora destes paineis, que apurando formas geométricas e o uso da cor conseguiu quebrar a monotonia cinzenta das galerias das primeiras 19 estações do metro, apesar da "falta de verba" que se fazia sentir.
É muito triste constatar que neste país, quando uma obra é oferecida não há lugar a "Direitos de Autor"!
Está no ar uma petição para pedir ao concelho de gerência desta empresa que procure obter os desenhos originais e mande executar de novo os paineis destruídos. O mínimo que podemos fazer é assiná-la, manifestando assim a nossa indignação. Eu já o fiz!
http://www.petitiononline.com/MK2008PT/

16/09/2008

Indignation de Philip Roth

Oh Serra, só para ti, a melhor notícia da rentrée! Eu sei, já estás careca de saber!.... Mas para o caso de andares mais distraída...ainda vai demorar a cá chegar! Já agora, fazes o obséquio de me emprestar o Património? http://dn.sapo.pt/2008/09/16/artes/philip_roth_regressa_a_juventude_nov.html

Tea For Two

Lisa Eckdahl,
aquela voz cristalina que pacifica, It's oh so quiet, aquele jeito doce e suave que encanta, vem actuar a Lisboa no C.C.B. a 14 de Novembro, num concerto acústico, melhor seria impossivel!
Julguei-a desaparecida, acreditei que Salvador Poe a tivesse raptado para sempre, que após aquele encontro com o poeta sul americano, Lisa tivesse caído nos braços amorosos do poeta e que nunca mais nos viesse encantar com a sua voz.
Longas e inumeráveis tardes a ouvi-la, incansavelmente, a cantar standards de jazz, bossa nova, ou as suas composições, sempre muito bem acompanhada, ela é absolutamente perfeita. Now or never! http://www.lisaekdahl.com/

12/09/2008

Antes que o Diabo Saiba que Morreste

Que chegues ao céu meia hora antes do diabo saber que morreste...

Um filme notávelmente construído e interpretado com uma história de família, quase vulgar...
Lembrou-me o Fargo dos irmãos Cohen, na construção da narrativa, sem o humor que tudo alivia e torna suportável as mais abjectas situações. É uma história cruel, que põe a nú a dinâmica de uma família, com os inevitáveis dramas, ódios, invejas e competições entre irmãos. A visão de Sidney Lumet é negra, negra e negra, os personagens que compõem a cena familiar são, à excepção da Mãe, vulgares, mesquinhos e gananciosos (a trilogia do feios, porcos e maus...). Philip Seymour Hoffman é brilhante na encarnação odiosa do mentor do crime, forte e inteligente, sedutor, manipulador e consciente da sua condição, Ethan Hawke (que desperdício de rapaz!) é não menos repugnante no seu papel de fraco, medroso e absolutamente incapaz de controlar seja lá o que for na sua vida, ex-mulher, filha, amante, cena do crime, o perfeito desatre.
Interessante, porque apesar do horror quase absurdo da história, faz-nos reflectir na violência e sofrimento inerente aos frágeis equilíbrios das relações familiares, nos estereótipos do irmão mais velho, que sofre na pele a exigência e dureza do primeiro filho, contrastando com a afectuosidade desculpante e superprotectora do mais novo sempre desresponsabilizado e superprotegido, pleno de afecto. A mulher/esposa objecto, interesseira, manipuladora dos afectos familiares, sem escrúpulos, jogando irmão contra irmão com a candura de quem brinca com a vida sem avaliar a consequência extrema dos seus actos, ou preversamente consciente.
Interessante, porque a delicada teia dos personagens é-nos apresentada em múltiplos planos, avanços e recuos, em expressões e olhares mudos que revelam as intenções sublliminares dos personagens, deixando-nos preencher os vazios e os silêncios. Interessante porque em contraste com os pais, que rapidamente adivinhamos fortes, estruturados e unidos por laços profundos, os filhos são profundamente solitários e desamparados à imagem da sociedade moderna.
A ver, sem dúvida.

10/09/2008

Os Paraolímpicos

São 35 atletas a concorrer em diversas áreas como Boccia,natação, remo, ciclismo,equitação, atletismo...
Homens e mulheres que conhecem mais adversividades na vida do que qualquer um de nós, não têm o menor protagonismo na comunicação social.
Contudo... a cada conquista, erguem a bandeira portuguesa e fazem-no com a maior simplicidade do mundo!
Ontem mesmo, obtivemos no mesmo podium, uma medalha de ouro e uma medalha de prata. Não me lembro de isto alguma vez ter acontecido nos jogos olímpicos. Se calhar estou enganada, mas mesmo correndo o risco de estar, muito me escandaliza, que esta noticia não tenho sido noticia da abertura dos telejornais.
Desculpem a franqueza, e não diminuindo em nada o respeito que lhes tenho, mas estes atletas, bem como os seus treinadores e todas as suas equipas merecem muiito mais protagonismo do que atletas que se queixam do sono e cansaço ou das má qualidade de arbitagem.
Esta é a forma que encontrei para falar nos Paraolímpicos, para os homenagear. Adorava que alargassemos a homenagem, como a net nos proporciona.
A MediaCom, agência que represento, dá-lhes os Parabéns, presta-lhes homenagem pelo esforço e deseja-lhes muita sorte.
Ana Belmar

08/09/2008

All together again

Obrigado Bré, por nos abrires as tuas portas e receber (quase) todos, neste almocinho pós-férias! Foi um dia (quase) Santo... é tão bom quando estamos todos juntos!

Fiquei a pensar que não podemos perder o Touril, não podemos, não podemos, não podemos mesmo.
E antes disso, o muito em breve, aburguesado/em casa afidalgada, fim de semana Childs Free...

02/09/2008

Uma questão de jeito...

Ontem passei-me. Aqui, em frente a esta máquina (e por causa dela) com um senhor fardado de verde, simpático mas tão limitado que nem depois de eu repetir 3 vezes percebeu o que lhe estava a querer dizer. Que a culpa não era dele, mas talvez fosse o seu dever alertar a manutenção porque a máquina está avariada, não funciona em condições. O botão verde não responde à pressão do meu dedo.
Cheio de boa vontade, demonstrou-me que eu não estava certa. “Funciona sim, quer ver?” E espetando o dedo indicador dá um toque certeiro com a ponta da sua unha bem afiada no canto esquerdo do botão. Num cantinho bem específico e com a pressão certa não é que funciona mesmo? Não é sempre, nem com qualquer dedo, mas funciona. Portanto a máquina não precisa ser arranjada e quem não conseguir tirar o papel azar! Paga a multa que é para aprender e para a próxima que se esforce um bocadinho. Com criatividade e pontaria chega lá!
Hoje cheguei lá com a ponta da chave do carro e não é que funcionou?! Ufa, custou um bocadinho mas consegui apanhar-lhe o jeito!!!