30/10/2008

O prazer pela leitura

Cá em casa começou cedo... e eu não acredito que o Magalhães, que já é tão desejado, nos vá dar cabo disto!

28/10/2008

Paris de Cédric Klapisch

Fui vê-lo cheia de reservas, tais eram as criticas, uma só estrela de 1 a 5, filme tipo Magnólia, sei lá! Estes nossos críticos de cinema, padecem por vezes de uma certa falta de simplicidade, que os impede de apreciar a boa, maravilhosa, qualidade do cinema como objecto de prazer. Ainda bem que fui atrás das belas imagens de Paris, da madura e sempre lindíssima Binoche, do intenso Romain Duris, da extasiante banda sonora, das histórias simples de gente normal, que das mansardas efabula sobre a vida dos outros, histórias entrecruzadas pelas ruas, mercados ( que fascínio estes mercados de rua!), monumentos, amplas panorâmicas da cidade luz, cenário perfeito para o drama da vida de cada um.
Pois é, gostei imenso, ri-me às gargalhadas dos pesadelos do arquitecto, do professor universitário apaixonado pela aluna a dançar freneticamente, da consulta no psi, do elevador avariado de última geração na boca desdentada da velhinha, saí divertida e bem disposta da sala de cinema. Que bom, não é?

27/10/2008

Mais uma pérola da Feira da Ladra - Um apartamento de sonho!

Quando for grande quero viver num apartamentozinho assim... pequenino, à minha medida, da minha dúzia de filhos e da criadagem de dentro e de fora. No terraço um " Maravilhoso salão de festas, exclusivo dos senhores proprietários, para as suas recepções sociais e festas infantis, sendo a parte exterior do terraço protegida dos ventos do quadrante norte, assim permitindo, agradável permanência neste local." O salão de -estar (56m2), a sala de jantar (23m2): Situada no perfeito esquema, ligada ao salão de estar, comunica com os serviços de copa. O quarto-a (19,5m2): Este quarto apresenta-se como sendo o primeiro da zona íntima,daí a sua finalidade como quarto para rapazes. Além da sua explêndida amplitude é dotado de um belíssimo armário-roupeiro em sucupira. O quarto-b(19,5m2): Idêntico ao quarto «A» em todas sa características é indicado para o quarto das meninas. E por aí fora continua a descrição, escritório, quarto de hóspedes ou sala de leitura, quarto principal " do magestoso andar", 4 casas de banho com pavimentos Estremoz, cozinha-copa-casa de engomados, dependências do pessoal, estendal, etc. Mais uma obra de Ruy de Athouguia a embelezar a nossa Av. de Roma. A preços módicos na Feira da Ladra...

06/10/2008

Cuidado, eles andam por aí! Destruir depois de ler....

Mais uma comédia negra dos irmãos Coen, com um subtítulo muito bem aplicado, "a inteligência é relativa". Ou antes, como a falta de inteligência e cultura, associada à mais elementar falta de senso pode conduzir a um caos com contornos de catástrofe. Magnífico Malkovitch, o único ser normal do conjunto de personagens cegas por tanta estupidez e ganância. Magnífica Frances McDormand, personificando a absoluta falta de contacto com a realidade, ou uma cultura moldada por clichés ( as cirurgias plásticas, os encontros via net, a cultura televisiva das séries policiais e de espionagem) como o vazio moldado pela sociedade de informação pode induzir a comportamentos grotescos. Brad Pitt e Georges Clooney que nunca apreciei devidamente, confesso, sobem vários patamares no ranking interpretando os palhaços de serviço. Um bando de gente estúpida, cúpida e caricata que nos faz rir de tão real, que nos faz lembrar algumas figuras de carne e osso, com as quais convivemos obrigatoriamente, o menos possível, mas que temos que suportar por obrigações sociais. É bom que nos lembremos, que essas figurinhas desprezíveis, na verdade, se podem tornar perigosas quando surge a oportunidade.... É um filme que vemos e "destruímos depois de ler", mas a persistente mensagem dos irmãos Coen, está lá e é importante, cuidado com os estúpidos e gananciosos, não os substimemos pois eles podem revelar-se uma força temível de destruição. Só por muito azar é que nos cruzamos com serial killers, mas gente cúpida e sem escrupúlos abunda em cada esquina, be careful!....

02/10/2008

6 de Outubro - Dia Mundial da Arquitectura

Se há coisa que me irrita, são dias comemorativos móveis!
Em 2007, foi no dia 1 de Outubro, em 2006 foi dia 2 de Outubro... Porquê? Porque é que andam todos os anos a alterar a data do dia Mundial da Arquitectura (que pomposo!), ou é mesmo para calhar sempre numa segunda feira? Só se for esse o motivo, para aprofundar a alegria dos milhares de arquitectos, no nosso glorioso Portugal cheio de oportunidades, a simbologia das segundas feiras negras....
Descobri, é simbólica, a ligação primordial às segundas feiras negras!
Para consulta, aqui vai a programação, nada confusa, com um tema evidente, é um desafio, uma charada, tentar descobrir a lógica....

01/10/2008

Sir V.S. Naipul, 22 de Novembro, sábado,18h00, na F.C. Gulbenkian

Fixe esta data, o privilégio de poder ouvir o Nobel da Literatura 2001, Sir V.S. Naipul, by himself, alive, vai-nos ser concedido pela Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da Exposição "Weltliteratur. Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!". O meu encontro com Naipul tem apenas alguns anos, mas passou automaticamente para o meu Top Ten da literatura, não sei de qual gostei mais, "Uma vida pela metade" (foi um verdadeiro coup de foudre!), "Miguel Street" (talvez o meu favorito), "Uma casa para mr. Biswas", "A curva de um rio", um ensaio magistral sobre África, "Para além da crença", uma viagem pela Indonésia, o maior país islâmico do mundo. Polémico, com uma autobiografia recentemente publicada, capaz de atiçar ódios pelo seu desprezo pela opinião alheia e pelas convenções sociais, é uma figura a conhecer, através das suas personagens que nos comovem e apaixonam, revelando-nos um mundo cruel e uma sociedade impiedosa, através da diáspora da comunidade indiana.
Melhor ainda, o ciclo de conferências associadas à exposição, concebida e montada por irmãos Aires Mateus, tem um conjunto muito interessante e diversificado de autores, como Eduardo Lourenço, Pacheco Pereira, Filomena Mónica, Luísa Costa Gomes, D. José Policarpo, etc, para todos os gostos, a dificuldade é a escolha. E porque não comemorar o dia Mundial da arquitectura com a abertura do ciclo de conferências, ouvindo os Mateus a perorar sobre a concepção e montagem da exposição? Nada como associar Arquitectura e Literatura!