30/10/2007

Ioga.

Aqui vos deixo o horário das aulas de Rita Cachaço. Está convidado a experimentar uma aula em qualquer um dos espaços. KrungThep (perto C.C. Colombo/ Metro Colégio Militar) 2ªas/5ªas - 8h00 às 9h00 3ªas - 18h00 às 19h00 6ªs – 13h00 às 14h00 Dança Livre (Campolide) 2ªas/4ªas - 13h00 às 14h00 2ªas/4ªas - 18h30 às 19h30 Namastê (Telheiras/Estrada da Luz) 3ªas/5ªas - 19h30 às 20h30 Ginásio Clube Português (Amoreiras/Rato) 2ªas/4ªas/6ªas – 20h30/21h40

Europa, ideias simples.

Nunca é demais começar por lembrar que Monnet e Schuman, entre outros, perceberam, que se com o controlo da produção do carvão e do aço se impedia o rearmamento e assim a guerra, com o livre comércio – suprema heresia – se garantia a prosperidade económica e assim a paz. A intolerável devastação da guerra trouxe consigo ideias simples pelas quais lutaram. No plano económico, a integração europeia avançou segura, lenta e compassadamente. Pequenos passos, uma ambição partilhada: precisámos de várias décadas para ter uma moeda única, instrumento de desenvolvimento último de um mercado comum - apesar dos países-excepção -, de que nos podemos orgulhar. Inversamente, no plano político, há muito que não é assim. E mesmo assumindo que, com ou sem referendos nacionais, o Tratado de Lisboa põe fim a uma suposta crise - que resultou dos chumbos francês e holandês ao grande equivoco que foi Constituição de Giscard d'Estaing - há muitos anos que ninguém sabe ou diz o que fazer da Europa. Haverá alguém com responsabilidades públicas e políticas, hoje na Europa, que nos diga para onde vamos? Que arrisque uma ideia, que avance um caminho? Do que nos é dado a ler pela imprensa, Luís Amado, um dos mais esclarecidos, afirmou que temos um desenho institucional da União para vinte anos. E Sarkosy levou por diante a sua ideia de constituir um grupo de sábios. Que Europa somos hoje com o Tratado de Lisboa? Já éramos apenas uma parte - e a parte mais fraca - de uma aliança militar, a NATO. Somos seguramente mais que um grande mercado comum. Somos definitivamente menos que um Estado federal. Para chegar à conclusão de que os Artigos da Confederação não estavam à altura das suas ambições e assim adoptar a sua admirável Constituição federal, os Americanos precisaram de oito anos. Oito anos e de um monumental conjunto de textos, primeiro publicados na imprensa, depois em livro e há poucos anos traduzidos para a nossa língua por Soromenho-Marques. Trata-se dos Federalist Papers, de Hamilton, Madison e Jay, e cujo momento que vivemos me faz reler. São ideias simples: imposto sem votos é tirania, numa democracia o povo está dentro do parlamento e não fora dele, separação de poderes, cheks and balances, proporcionalidade demográfica conciliada com igualdade entre estados,... ideias simples. Que continuamos a precisar.

28/10/2007

Não somos todos, afinal, permanentes viajantes? (I)

Olho para trás, olho para os lados e gosto de imaginar o que possa estar lá mais à frente. Seguindo muitas vezes a minha intuição, arrastada, a passo ou a correr faço a minha viagem. Realizo que vou a meio do caminho. O percurso que fiz até aqui conheço-o de cor. Sempre cauteloso, muitas vezes premeditado, evitando os riscos, seguindo sempre pelo seguro, pelo conhecido, pela via mais directa em direcção à meta pretendida. Recentemente, e espero que ainda a tempo, descobri que os destinos só são realmente importantes na medida em que nos estimulam a viajar. A viagem, mais do que a chegada é que vale, em absoluto, a nossa vida. Apetece-me usufruir do caminho, dos caminhos, do que está à minha volta, do que já trago comigo, de imaginar o que está lá à frente, do que não está mas pode vir a estar, do que é.

24/10/2007

Poemas da Mentira e da Verdade

Acho que é o primeiro texto que escrevo na condição de Mãe. Escrevo-o porque me sinto quase na obrigação de partilhar este prazer que foi descobrir os livros de Luísa Ducla Soares com a minha filha.

Luísa Ducla Soares escritora de livros infantis tem mais de 80 livros publicados, tendo sido galardoada com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra em 1996.

A forma como ela brinca com a nossa língua, os jogos de palavras e o olhar fantasioso e criativo da realidade, fazem com que as suas histórias sejam verdadeiros apelos à imaginação. Os meus contos preferidos são: "A menina verde", o " Senhor das barbas" e os " Poemas da Mentira e da Verdade". Este último, utilizando o nonsense como técnica narrativa proporciona boas risadas conjuntas com a minha filha, deixo-vos algumas linhas de um poema da mentira: "

"Visitou uma cidade

que andava a fazer o pino,

onde as igrejas dançavam

equilibradas no sino.

Quando voltou ao castelo

no meio do olival

viu carapaus a voarem

e nuvens a chover sal."

Mulheres Coragem

Fui ontem ver a peça “Última Ceia”, da Casa Conveniente, baseado na última peça de Anton Tchékhov, “ O Cerejal”. O fio narrativo é o que menos importa quando somos confrontados com cinco mulheres na intimidade de uma mesa, a partilhar uma refeição. A princípio, é um pouco incómodo, existe um silêncio constrangedor, mas o ritmo da própria peça encarrega-se de nos ir envolvendo.

Mas acima de tudo o que me impressionou foi a coragem daquelas cinco mulheres, expondo-se inteiramente sem recurso a qualquer tipo de artifício, tudo em nome de uma maior proximidade entre os criadores do acto e os espectadores. Este tipo de encenação, a que Monica Calle já nos habituou, resulta sempre em excelentes espectáculos. Nos quais muitas vezes nos sentimos desconfortáveis, é verdade, mas e por essa razão nos sentimos, em paralelo, desafiados a viver a peça, tanto pelas excelentes representações das actrizes como pelo jogo de sentidos que decorre da própria acção.

No teatro da politécnica 15 de outubro a 18 de dezembro

20/10/2007

Não somos todos, afinal, permanentes viajantes?

"…- Caminhas sempre de cabeça virada para trás? – ou: - O que vês está sempre nas tuas costas? – ou melhor: - A tua viagem só se faz no passado? (…) Marco entra numa cidade; vê alguém numa praça viver uma vida ou um instante que poderiam ser seus: no lugar daquele homem agora poderia estar ele se tivesse parado no tempo muito tempo antes, ou se muito tempo antes numa encruzilhada em vez de tomar uma estrada tivesse tomado a oposta e ao cabo de uma longa volta viesse encontrar-se no lugar daquele homem naquela praça. Agora, daquele seu passado verdadeiro ou hipotético ele está excluído; não pode parar; tem de prosseguir até outra cidade onde o espera outro seu passado, ou algo que talvez tivesse sido o seu possível futuro e agora é o presente de outro qualquer. Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos. "
Italo Calvino em "As Cidades Invísiveis"

O inquietante silêncio

É verdade, o silêncio sempre me incomodou. O doloroso silêncio que surge recorrentemente entre dois amantes no início de uma relação, o prosaico silêncio de todos os dias com um desconhecido no elevador ou os breves silêncios que surgem a espaços com os amigos mais próximos quando simplesmente não há nada a dizer. Posso suportar injúrias, mentiras, sarcasmos e até humilhações. Mas não posso suportar o silêncio quieto. Em toda a minha vida nunca procurei a razão desta minha fragilidade, como tantas outras, e foi na minha incursão pela psicologia que encontrei a mais pláusivel explicação. Tão bem dita nas palavras de Coimbra de Matos: " o carácter inquietante do silêncio, escreveu Freud - ligando silêncio com a morte, e mostrando como no sonho e na lenda o silêncio aparece como símbolo do fim da existência; e adiantando que, desde a infância, o calar se entrelaça com a angústia de separação e a angústia de perda do objecto. É o silêncio da noite; é o silêncio da solidão.(...). É o silêncio do cemitério, do frio do mármore; com o sibilar acusatório do vento por entre os ciprestes."

19/10/2007

Salvador Dalí no Porto ou um outro Dalí.

Apesar de não estar entre os meus pintores favoritos, vi com prazer a exposição de Dali, no Palácio do Freixo. Nesta, não vai encontrar o sublime "Cristo de S. João da Cruz", os relógios moles da "Persistência da Memória" ou ainda as paisagens delirantes com que o mestre do surrealismo nos confrontou. No entanto e precisamente por essa razão, a exposição teve o mérito de me fazer descobrir um outro Dalí. O Dalí de "Gargântua et Pantagruel", as 25 litografias nas quais o pintor bebe de Bosh e dá a beber a Pedro Proença, e que valem pelo seu lado lúdico. O Dalí do "Elefante Cósmico", ser que se descola da mitologia grega e do bestiário medieval em direcção ao espaço, entre muitas outras peças escultóricas a que Salvador Dalí dá vida fazendo sair dos seus quadros. E por fim, o Dalí da "Bíblia Sagrada", composta por 150 litografias sobre tantas outras cenas dos cinco livros do Antigo Testamento, que é uma verdadeira revelação. A exposição pode visitada até 4 de Novembro, entre as 10h00 e as 22h00, e de sexta a domingo (incluindo feriados) das 10h00 às 24h00. E é o melhor dos pretextos para visitar o Palácio do Freixo, magnificamente recuperado.

16/10/2007

Nova Constituição?

"Não precisamos de uma nova Constituição" é o título do primeiro texto de Pedro Mexia no Gattopardo, o novo blogue que partilha com Pedro Lomba - que saudades de "A Coluna Infame"! -, e cujo link já se encontra aqui, do lado direito. No seu texto, Mexia explica por a-mais-b porque é desnecessária, irrealizável e até leviana a proposta uma nova Constituição. Esta proposta, que tem surgido com recorrência em alguns meios liberais, da "Atlântico" a Pacheco Pereira, entra agora na agenda por um emissor que passou a ser uma fonte rotineira dos jornais mas que continuará para mim desprovido de qualquer credibilidade: Luís Filipe Menezes falou de uma nova Constituição como poderia ter falado de qualquer outra coisa... Concordo no essencial com Mexia. Dito isto, gostava de ver a constituição revista. Defendo um texto mais curto. Um texto expurgado da marca d'água do socialismo original do regime. Isto é, um texto que, como hoje escreveu José Manuel Fernandes no seu editorial do "Público", não viole "...um dos princípios básicos da democracia liberal. Ou para ser mais claro: uma Constituição deve ser sobre os meios do Governo, não sobre os objectivos do Governo. Uma constituição deve estabelecer regras, não os fins a atingir." Ou pelo menos, os fins a atingir que consagre devem estar consensualmente aceites e estabilizados. Nada como dar um exemplo que até Vital Moreira compreenderá: no preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos diz-se que: "We the people of the United States, in order to form a more perfect union, establish justice, insure domestic tranquility, provide for the common defense, promote the general welfare, and secure the blessings of liberty to ourselves and our posterity, do ordain and establish this Constitution for the United States of America.", sublinhados meus. Mas não se diz como o fazer. A Constituição deve ser "de todos os portugueses", caso contrário, não valia a pena fazer eleições.

Que nojo!

Vale sempre a pena uma visita ao Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, no Parque das Nações. Este é um daqueles sítios, onde levo regularmente os meus filhos e não nos cansamos. Penso que uma das razões seja a diversidade de actividades, didácticas e interactivas, que estimulam a curiosidade e promovem o conhecimento. Desta vez, a mais recente exposição temporária “O Nojo” foi o alvo da nossa maior atenção e perplexidade. Aqui, de uma forma lúdica, é-nos explicado porquê que o nosso corpo produz secreções, fluidos, sons e cheiros tão nojentos. Os mais novos podem “entrar” dentro de um aparelho digestivo, fazendo o percurso do alimento desde a boca até ao recto, ou brincar de tiro ao alvo com “ácaros - bola” contra umas narinas prestes a espirrar, entre outras experiências por si só bem divertidas. Viemos embora, mais uma vez, com a promessa de lá voltar.

Guerra Colonial

Num país onde teimamos em recalcar os acontecimentos marcantes da nossa história, onde a "não-inscrição" dos acontecimentos é um acto de sobrevivência, fazia falta uma série sobre a Guerra Colonial. Joaquim Furtado vem colmatar esta lacuna com a série "Guerra".

O documentário percorre de forma cronológica 13 anos de conflitos nas antigas colónias portuguesas. Resulta de uma pesquisa aprofundada de Joaquim Furtado, que ao longo de oito anos, viu mais de seis mil filmes, oriundos, nomeadamente, dos arquivos da RTP, dos serviços de audiovisuais do Exército, muitos arquivos particulares e realizou cerca de 200 entrevistas a protagonistas dos vários lados do conflito.

Para ver hoje na RTP 1 às 21:00h.

Vale a pena ver.

(Via Arrastão)

15/10/2007

"Memórias de Raymond Aron"

"Nada impede de interpretar o regime soviético com recurso a conceitos marxistas. As pessoas privadas ou morais, os patrões em pessoa ou as sociedades anónimas perderam a propriedade dos meios de produção, mas os operários só a adquiriram pelo intermédio simbólico do partido que se confunde na ideia com eles. O próprio Estado, açambarcado pelo partido, torna-se proprietário quase exclusivo dos meios de produção; a burocracia do partido e do Estado «explora» os trabalhadores como antes faziam os proprietários privados. Mas esta interpretação sugere que o Estado nem sempre seja a expressão dos detentores dos meios de produção; aqui, em sentido inverso, é o Estado, ou aliás a minoria dona do poder político que detém os meios de produção."

Privacidade.

Sou classe média. Empurro um carrinho nos supermercados, levo com o trânsito e pago impostos. E, sim, engoli um sapo ou outro desde que sou pai. Sou classe média e sinto-me um privilegiado. Privilegiado, porque basta olhar para o lado, quando (e porque) me foram dadas todas as oportunidades e sobretudo uma, a de poder fazer todos os dias uma coisa que gosto. Sou classe média e tenho orgulho. Tenho orgulho no sentido em que aprendi a respeitar o valor do trabalho, coisa antiga. Foi e é através deste que, no essencial e no que de mim dependeu, pude fazer as minhas escolhas. Nada tenho, muito pelo contrário, contra a mobilidade social mas sou classe média e tenho o orgulho e o privilégio, supremo nos dias de hoje, de poder exercer o direito à reserva da minha vida privada.

14/10/2007

Ainda sobre Roth.

Como adolescente judeu, Portnoy vive agrilhoado num imenso sentimento de culpa. Roth, melhor que ninguém, descreve de forma magistral como este sentimento é alimentado pelas nossas mães no sentido de nos levar a fazer o bem ou apenas a tomar a atitude correcta. Apesar de não ser judia, nem sequer católica, carrego a mesma cruz judaico-cristã e a culpa está sempre presente. Talvez seja este o motivo pelo qual gosto tanto dos seus livros. Por isso, quando há tempos, ao ler um livro de Amoz Oz, me deparei com a famosa anedota judaica sobre os dois estereótipos de mãe, - a mãe que diz ao filho, "Acaba o pequeno almoço ou mato-te", ou a que diz, " Acaba o pequeno almoço ou mato-me"- ri-me com gosto e senti-me um pouco mais perto de Portnoy.

12/10/2007

Prémio Nobel da Paz 2007

Vi o filme " Verdade Inconveniente"que me impressionou e incomodou imenso e mudou a imagem de ex-candidato derrotado que tinha de Al Gore. Um homem com coragem, determinação, força, coerência e que traz a razão com ele.
Mas não consigo deixar de pensar na vontade original de Alfred Nobel que era distinguir com este prémio " a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor acção pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz"???

11/10/2007

Prémio Nobel da Literatura 2007.

Não conheço Doris Lessing, que vou procurar ler. Até quando Vargas Llosa e Philip Roth, os meus preferidos, vão ter de esperar?

“Há mais coisas no céu e na terra, do que sonha a tua filosofia" Hamlet

A trama é sobejamente conhecida: um príncipe decide vingar a morte de seu pai, assassinado pelo tio que, entretanto, toma a viúva como esposa e o trono como herança.
Diogo Infante assina uma interpretação inesquecível mas a peça não se esgota nisso, a encenação de João Mota é extraordinária, depurada, lindíssima…
“Acho que Shakespeare condensou no ‘Hamlet’ todo o mistério humano. O Hamlet é um homem brilhante, mas também um louco, é um amante e, ao mesmo tempo, um guerreiro (…)E a sua causa chama-se Justiça.”, nas palavras do encenador, João Mota.

08/10/2007

Serei capaz?

Foi um que chegou da Nova Zelândia. É outra que me liga das ilhas Mauricias… Oiço os relatos desta gente e penso: Há 7 anos que não saio daqui. A última viagem foi a Cuba e pelas minhas contas já não voltei sozinha. Desde então por cá fiquei! Um dia deste dá-me uma coisinha má (ou boa?) e desapareço. Nem que seja só por três dias. Um saltinho a Londres onde me apetece voltar. Hoje, por um segundo, pareceu-me tão óbvio: - Deixo um post it em local bem visível, com as instruções necessárias a meia dúzia de amigos, incumbidos de entreter os meus filhos (bem dividido não custa nada!!!) e desapareço. Desapareço. Só para sentir o prazer de voltar!

Viagem ao mundo da Música

Não posso deixar de partilhar convosco o calendário da nova temporada "Descobrir a Música na Gulbenkian", cada vez mais rico em actividades e concertos, expandindo-se consideravelmente este ano, tanto na quantidade de propostas como na abrangência de temas e cruzamentos que sugere.

É o único projecto deste género em Portugal, com a qualidade Gulbenkian, que promove activamente o estímulo e o gosto pela audição musical do público infanto-juvenil, é de louvar!

Ficam aqui algumas das propostas (grande parte destas é para crianças a partir dos 3 anos) para espicaçar a vossa curiosidade:

"Os Concertos Comentados Orquestra Gulbenkian para jovens e famílias, (...) a partir de obras especialmente compostas para crianças e jovens, como é o caso dos programas A minha mãe ganso de Ravel, Pedro e o Lobo de Prokofiev e Guia da orquestra para jovens de Britten, e também com algumas das mais emblemáticas obras de sempre como O Mar de Debussy, etc...

As múltiplas Oficinas propostas, quase todas desenvolvendo actividades a partir de obras dos concertos comentados, convidam a sentir, a interpretar, a exprimir, a improvisar, a tocar e a reinventar a música através do corpo como expressão dos sentimentos e emoções

Todas as Viagens têm surpresas com momentos musicais ao vivo. Essas surpresas dão primazia ao principal instrumento de todos – a voz. A Viagem ao mundo do Jazz também conta com música ao vivo, bem como os Contos musicais, que valorizam o acto de ouvir um conto acompanhado por música da sua cultura de origem.

Aqui.

Morte à morte!

Existe pena de morte para crimes civis em 64 países: dos EUA a Cuba, da Coreia do Norte à Coreia do Sul, do Iraque ao Irão, da China a Taiwan, da Bielorússia ao Japão, da Índia ao Paquistão. No ano de 2005 foram executadas 2,148 pessoas, em 22 países. Quase todas na China, Arábia Saudita, Irão, e Estados Unidos. Nesse mesmo ano receberam a mesma sentença 5,186 pessoas e esperavam nos corredores da morte 20,000 prisioneiros. China, Irão, Paquistão, Iraque, Sudão e EUA são responsáveis por 91% das execuções.

Mais de metade das execuções são na China. Na China a pena de morte é aplicada a casos de homicídio, corrupção, evasão fiscal… Entre o julgamento e o assassinato do condenado costuma passar menos de um ano. Das 1,591 execuções ocorridas em 2006, 1,010 foram na China. Mas isto são números oficiais. A Amnistia Internacional estima que possam ter sido executadas entre 7,500 and 8,000 pessoas apenas em 2006, o que aumentaria em muito o peso relativo da China no número total de execuções e o número de execuções anuais em todo o Mundo.

Desde que a pena de morte foi restaurada nos EUA, foram executados 1,099 pessoas. 929 por injecção letal, 154 em cadeira eléctrica, 11 em câmara de gás, 3 por enforcamento e 2 fuzilados. 65% dos americanos são a favor da pena de morte e apenas 28% contra. 3350 condenados aguardam execução nos corredores da morte das prisões americanas. O Supremo Tribunal está a debater a constitucionalidade do recurso à injecção letal como método de execução o que adiará muitas execuções, mas concentra o debate no tema errado.

Escreveu Vitor Hugo: «Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio.» San Marino (1848), Venezuela (1863), Portugal (1867) e Holanda (1870) foram os primeiros países do Mundo a abolir a pena de morte. Quais serão os últimos?

(Via Arrastão)

04/10/2007

Philip Roth - Complexo de Portnoy

Um livro magnifico de um escritor ímpar!
O livro é um relato de Alexander Portnoy, um judeu norte-americano nascido na década de 60 em Newark, a seu psicanalista (o doutor Spielvogel), a quem relata os principais acontecimentos da sua vida. Marcado pela forte presença de uma mãe omnipresente, possessiva e consumido pela culpa, Alex atravessa a sua adolescência dominado pelas pulsões sexuais. Um romance edipiano, sarcástico e hilariante!

01/10/2007

Dia Mundial da Arquitectura

" O espaço é um dos maiores dons com que a natureza dotou os homens e que, por isso, eles têm o dever, na ordem moral, de organizar com harmonia, não esquecendo que, mesmo na ordem prática, ele não pode ser delapidado, até porque o espaço que ao homem é dado organizar tem os seus limites físicos, facto pouco sensível, por exemplo, na escala do objecto mas já extraordináriamente sensível na escala da cidade ou da região. A delapidação do espaço que poderemos clarificar de pecado contra o espaço, constitui, porventura, uma das maiores ofensas que o homem pode fazer tanto à natureza como a si próprio e da existência desta possibilidade de acção negativa, em contraste com a possibilidade de uma acção positiva, resulta o drama do homem organizador do espaço, drama que constitui garantia de que esta é uma das mais altas funções que o homem pode atribuir-se." in "Da Organização do Espaço" - Fernando Távora 1962

"dor sem nome", o que nos enlouquece

Louco, loucura, sim são termos em desuso, na verdade a evolução da ciência sobre a mente humana tornou-os redutores e simplistas, face às complexidades das patologias existentes. Na verdade aquilo a que dantes se chamava Loucura encontra-se relacionado com aquilo que actualmente se denomina de clivagem do ego, ou seja o ego rejeita uma ideia com a qual não é compatível pela imensa dor que lhe está associada. Com essa rejeição, rejeita também parte do ego associado à ideia, ou seja cliva-se, divide-se, desmente a realidade. Um exemplo retirado de um livro de Carlos Amaral Dias* é bem ilustrativo: Uma mãe que perde um filho adoece passando a embalar nos seus braços um pedaço de madeira. A interpretação simplista seria a de que a madeira é o filho, mas isso implica o não entendimento que a madeira representa a ausência de inscrição de um pensamento, que é a morte da criança. É a assimbolização, a incapacidade de lidar com esta ideia que faz com que o ego se afaste da realidade. O ego fragmenta-se e faz uma retirada do real, estamos loucos! * “"Costurando as linhas da psicopatologia borderland"