Sou classe média. Empurro um carrinho nos supermercados, levo com o trânsito e pago impostos. E, sim, engoli um sapo ou outro desde que sou pai. Sou classe média e sinto-me um privilegiado. Privilegiado, porque basta olhar para o lado, quando (e porque) me foram dadas todas as oportunidades e sobretudo uma, a de poder fazer todos os dias uma coisa que gosto. Sou classe média e tenho orgulho. Tenho orgulho no sentido em que aprendi a respeitar o valor do trabalho, coisa antiga. Foi e é através deste que, no essencial e no que de mim dependeu, pude fazer as minhas escolhas. Nada tenho, muito pelo contrário, contra a mobilidade social mas sou classe média e tenho o orgulho e o privilégio, supremo nos dias de hoje, de poder exercer o direito à reserva da minha vida privada.
15/10/2007
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4 comentários:
Gostei deste teu post, Nuno. Nâo sei porquê fez-me lembrar o "Isqueiro"...
é bom ouvir
És classe média? Be careful! No Portugal de hoje, assim como o lince ibérico, estás em extinção...!
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