05/03/2008

Este país não é para velhos

Desde Fargo que sigo atentamente os irmãos Coen. Fui ontem ver o premiado No Country for Old Men, e fiquei mais uma vez impressionada. Pareceu-me uma espécie de actualização de Fargo, com menos humor, mais duro, mais cruel, mais negro, mas o fio condutor é o mesmo, o móbil do crime, (a nota verde, claro!), e o dominio do patológico, do nascido para matar, da inversão dos valores sociais.
De uma sociedade em mutação, cada vez mais perigosa, uma psicose social em que não há lugar para os velhos, e ali somos todos velhos!, o mundo está cada vez mais dominado por loucos e psicóticos ao serviço de não se sabe que valores, ou de que objectivos. Uma cultura de morte e destruição em que nem o refúgio da intimidade resiste à invasão do pesadelo. Javier Bardem compõe um assassino psicótico, doido varrido notável, Tommy Lee Jones convence-nos na sua desolada lucidez. Uma das cenas que mais me impressionou, foi a perseguição pelo cão no rio. É um mastim? Salto imediato para o imaginário de Cães Pretos de McEwan...
A não perder, sem dúvida.

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