17/11/2007

Não aconselhável a Mães e Filhas....em conjunto

Sem dúvida, reafirmo, ir com irmãs, amigas ou outras, mas deixar as Mamãs em casa. Eu fui com mãe, irmãs e enteada e foi muito forte, passa--se da dramatização do palco para a dramatização ao vivo. Um clássico do magistral Bergman, uma magnífica homenagem neste ano da sua morte, um filme belíssimo que vi há anos com uma das minhas irmãs e do qual me ficou gravado o essencial nas duas personagens centrais da peça, a Mãe Charlotte, Ingrid Bergman aqui uma fascinante Fernanda Lapa, figura gélida e melodramática, e a filha Eva, Liv Ullmann aqui uma espantosa Ana Bustorf, mulher intensa e apaixonada, que procura um reencontro com a Mãe e o seu passado. São diálogos brutais, a procura do encontro duma filha em sofrimento com uma mãe distante que vive e viveu toda a vida em fuga permanente, uma mãe que a dada altura já não sabe identificar os seus próprios sentimentos ou a veracidade das suas palavras. Uma filha que entre a revelação do ódio e o reviver do sofrimento provocado pela ausência materna, parece continuar à procura do amor e atenção da Mãe. Uma Mãe egocêntrica e fria que rejeita e despreza os laços afectivos e que se sublima através da música, da arte. É uma peça de mulheres e para mulheres. A não perder.

1 comentário:

Marta disse...

Sophie, entusiasmada com o teu comentário sobre o filme Jeux d'enfants, tentámos hoje ir vê-lo , mas soubémos que Quarteto está fechado. Espero que reabra em breve.

Mas iremos concerteza a esta peça!