04/09/2007

Foi há 8 anos

Hoje, não quis olhar mais uma vez para as fotografias e para o vídeo. Prefiro alimentar a recordação deste dia com os meus registos internos - que no fundo são a memória e o coração - e que o passar do tempo podendo transformar, não poderá nunca apagar. Hoje, senti necessidade e os “purgar” de alguma forma, e por isso aqui estou. Estava tanto calor! Saio do carro, desemaranho o véu que voa com uma rabanada de vento e dou o braço ao meu pai que está com uma expressão radiante, de orgulho, como nunca lhe tinha visto antes. Sinto de repente um descontrole emocional que se traduz em soluços secos, enquanto avanço em passos firmes até ao Altar. Não vejo as caras que com certeza sorridentes me fitam, mas sinto uma vaidade incrível! O Ricardo está estático a olhar para mim, à minha espera. Contem uma emoção que só mais tarde vai deixar libertar. Chego ao pé dele e por fim, dou-lhe literalmente a minha mão. Ali prometemos perante Deus, a família e os nossos amigos, aquilo que entre nós já não era preciso. Acreditávamos que ficaríamos juntos ”até que a morte nos separe”. - Tu, com o cabelo todo branco, cheio de charme. Eu, uma velhota gira, magrinha e um bocadinho taralhôca… Lembro-me, entre muitas outras coisas, de chegar ao fim do dia com os músculos da cara a doer, de tanto rir. Exausta, de tanta alegria e energia transbordada. Feliz, pelo presente e ainda mais pelo futuro. E acreditem que até hoje, não tenho dúvidas que foi há 8 anos, o dia mais feliz da minha vida!

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