08/10/2009

Quem ama, odeia,

Quem ama, odeia de Silvina Ocampo & Adolfo Bioycasares, Prémio Cervantes, Oficina do Livro.
Seguindo uma excelente dica da Actual do Expresso, fui à descoberta deste livro que se devora enquanto o diabo esfrega um olho, um policial divertidissimo, cheio de requintes de malvadez e de finíssimo humor, é uma autentica pérola, diversão em estado puro e deixa-nos aguados para ler mais desta dupla argentina que eu desconhecia mas que vou, certamente, investigar. De 0 a 10, dou-lhe 9.
Aqui fica um amouse-bouche:
"Pela primeira vez do dia, ri-me. Confesso-o, a comicidade da cena que se desenrolou com cinematográfica diligência era aflitiva. Do automóvel desceram uma, duas, três, quatro... seis pessoas. Acotovelaram-se contra uma das portas traseiras do carro. Laboriosamente retiraram um objecto comprido e escura. A lutar e esfalfados pelo vento, disformes, devido ao efeito do vidro nos nossos olhares oblíquos, a tactear, como se fosse de noite, tropeçando na areia, vi-os - com os olhos embaciados pelo choro do riso -aproximaram-se do hotel. Traziam o caixão."

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