05/09/2009

A propósito de uma conversa recente...

Em que eu ligeira e estúpidamente, confessava alguma inveja do estatuto dos pais divorciados ou separados, no que toca à partilha de tempo e responsabilidades dos filhos, li agora mesmo um post muito, muito interessante e quiçá esclarecedor sobre o outro lado da moeda...puta de merda. É verdade, por um lado deve ser mesmo uma m... ter que obrigatoriamente deixá-los ir passar o fim-de-semana com o pai e sabe-se lá com mais quem, ter que os deixar sair debaixo das nossas asas protectoras, para os quinze dias de férias em que só se deve poder comunicar por telefone e a horas combinadas, ter que abdicar do controle absoluto, deixar de ouvir todos os risos e deixar de ter o exclusivo dos olhares e dos mimos, e do deitar e dos sorrisos bêbados de sono e das mãozinhas dadas ao adormecer e tudo o resto que não tem tamanho nem descrição e que é maravilhoso e único. Mas, recuperar algum espaço e tempo para nós, sem as constantes interferências e solicitações para tudo e mais alguma coisa, o sossego de não termos alguém completamente dependente, por quem temos que olhar de minuto a minuto, que nos absorve completamente, a quem só se consegue escapar na hora da sesta ou esmolando às avós o excelso favor de tomar conta dos meninos, ou pagando a baby sitters nas quais não se confia completamente, e que na hora da saída nos deixam um apertozinho no coração, e se... Não sei, dou por mim a olhar para a vida dos outros ( das outras, no caso) e não consigo deixar de invejar um pouco a LIBERDADE de quem pode atirar estes pequenos ditadores para os braços dos papás por um fim de semana que seja, fechar a porta e não ficar com réstia de culpa quando faz qualquer coisa tão extraordinária como ir à praia às horas que nos apetece, adormecer ao sol deitada na areia, ler um livro do princípio ao fim, levantar-se às tantas, e outras actividades ousadas e improváveis quando se é mãe de crianças pequenas.

2 comentários:

Teresa disse...

Se tu invejas um pouco eu invejo MUITO! Ser mãe e pai numa familia monoparental fez-me passar a ter uma inveja, que julgaria impossivel há poucos anos, dos casais divorciados...

A verdade é que todos temos realidades diferentes, e devemos procurar uma fórmula que nos permita abrir parentesis na nossa rotina que sirvam de balões de oxigénio e nos dêm o tal espaço de liberdade para não atrofiarmos!

sophia disse...

Atrofiada, brrrr, que bicho papão!
Ooops, a linguagem já começa a ficar infantilizada, será o primeiro sinal?