29/04/2009

Burning down the House

..."À hora marcada o cantor escocês entrou em palco, impecavelmente vestido de branco, bem como a sua banda, composta por sete elementos. Nos primeiros minutos Byrne demonstrou uma atitude descontraída, com leves toques de humor, o que desde logo prendeu a audiência. Quando ao segundo tema da noite recuperou o legado dos Talking Heads, com três bailarinos (também de branco) em palco, desde logo se percebeu que este seria um concerto onde a memória do grupo a que Byrne pertenceu não seria esquecida. A presença dos bailarinos foi constante ao longo do espectáculo, o que acabou por se revelar numa brilhante ideia, pois não trouxe só dinamismo, como deu uma nova ideia estética às canções que David Byrne e Brian Eno assinaram em conjunto. A noite de ontem acabaria por se tornar algo entre o concerto e o espectáculo performativo, com os bailarinos a interagirem constantemente com Byrne e o seu grupo, revelando o cantor um fulgor criativo que poucos músicos da sua geração ainda mantém. O concerto ficou marcado pelo registo best of, com um alinhamento que se dividiu entre os novos temas, alguns dos mais emblemáticos dos Talking Heads e, surpreendentemente, dois temas de My Life in the Bush of Ghosts, de 1981, o primeiro disco que assinou a meias com Brian Eno, onde as vozes são somente samples (que em palco foram substituídos pelas vozes de Byrne e um coro de três membros). A certa altura as cadeiras que preenchiam o Coliseu foram esquecidas pelos fãs mais acérrimos que queriam ver de perto David Byrne e a partir de então a maioria que enchia a sala lisboeta não mais se sentou. Foi sob esta euforia que receberem Burning Down the House, já no encore, com todos os músicos em palcos (Byrne incluído) envergando um tutu de ballet para espanto de todos."...como eu disse, impossível ficar nas cadeiras...

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