29/03/2008

Também eu...

Creio que independentemente do tempo, o habitar (ou a casa) ainda depende ou assenta em coisas mais ou menos prosaicas como a orientação da luz natural, a protecção ou o aconchego necessários para descansar ou dormir, o despertar perante a paisagem, o conforto indispensável para se estar bem sentado, o sentido de reunião e a magia ancestral que proporciona o fogo num fogão de sala e todas as outras coisas que não sendo visíveis, acabam por ser essenciais ao carácter que se quer atribuir a um espaço. Isto porque toda a arquitectura para que realmente o seja, é muito mais feita de ausências, renúncias ao que não é essencial, do que aquilo que é visível e que está presente. Só assim a arquitectura poderá aspirar a alcançar uma espécie de energia que a coloca entre o céu e a terra, atingindo assim a verdadeira dimensão humana.

João Álvaro Rocha

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