28/04/2008

Wallpaper (...) the world's most exciting new architects

ARX Portugal Arquitectos representam Portugal, e bem, num directório 2007 dos " 101 of the world's most exciting new architects". E há casos bem interessantes a descobrir... os suecos Tham & Videgard Hansson, os checos A69 Architekti, os ingleses Designkommander, os irlandeses Odos Architects, e muito mais! http://www.wallpaper.com/101/architects-directory.html

24/04/2008

Ou é a Ferreira Leite

ou é o fim do PSD tal como conhecemos - com todas as suas ambiguidades mas não um partido populista.

22/04/2008

Dias da Música

Não perco os Dias da Música no C.C.B. assim como não perdia a Festa da Música. Na comparação, a versão reduzida dos Dias da Música perde claramente, perde no ambiente festivo, perde na quantidade e variedade de concertos, perde na dimensão internacional que lhe dava o estar ligada à Folle Journée de Nantes, perdem claramente os nossos músicos e nós público também. Nunca consegui perceber se foi por motivos exclusivamente orçamentais ou se foi algum excesso de protagonismo que houve este recuo na ligação a este festival magnífico e popular que abria as portas a novos públicos. Mas é assim mesmo, há que saber aproveitar o que temos à disposição! O fim-de-semana apresentou-se chuvoso e na manhã de Domingo o C.C.B. contráriamente ao que se noticiava, estava assim como que para o deserto... fez-me pena, sinceramente, avistar o Mega Ferreira deambulando pelo seu enorme salão de festas desconsoladamente quase vazio. Há que sublinhar que os Dias da Música não passam só pelas salas de concertos, há uma enorme quantidade de programas paralelos e permanentemente a acontecer em todos os espaços públicos do C.C.B.. Os pianos à disposição do público com monitores a acompanhar se necessário, estavam vazios, os grandes hall's desertos estavam. O público em massa só apareceu lá para as três da tarde. Assisti a um concerto de Beethoven pelo septeto de cordas e sopros da Divino Sospiro, orquestra barroca residente no C.C.B., bonito, celebrava-se aqui o prazer de tocar junto (tema dos Dias da Música) e esse prazer é contagiante, passa para o público. Assisti à tarde no Grande Auditório a uma exibição extraordinária da Neue Hofkapelle Munchen,orquestra de música antiga ( com um curriculum notável), acompanhada pela soprano Sunhae Im, sul coreana, com uma voz lindíssima e com uma interpretação das áreas de Haendel expressiva, passando do dramatismo à comicidade com uma enorme naturalidade e perfeição. O concerto da tarde foi brilhante, empalidecendo a apresentação da manhã, para além do coloquial prazer de tocar juntos assistimos a um desempenho de excelência, a uma orquestra formando uma máquina perfeita com o maestro, um corpo uno. Para o ano temos Bach, bom, fantástico, divino Bach. Lá estarei com a família concerteza, as saudades da Festa da Música não me impedem de apreciar as inegáveis qualidades deste acontecimento único. Bem haja C.C.B.!

18/04/2008

"downshifters"

ou...
abrandar, desacelarar, trabalhar menos, ganhar menos, VIVER MELHOR!
Este é um conceito, criado em 1994 pelo Trends Research Institute de Nova Iorque e segundo o metro (edição de terça-feira 15 de Abril) tem vindo a ganhar adeptos por todo o mundo, sobretudo nas classes médias altas, porque a ideia não é por em risco a economia familiar nem passar a viver à margem da sociedade .
Quando olho à minha volta e vejo toda a gente (incluindo eu própria) a lamentar a falta de tempo para usufruir das coisas boas da vida, a leitura deste artigo, logo cedinho pela manhã, fez-me pensar no meu próprio ritmo e no que será que eu poderei fazer para de alguma forma o conseguir abrandar...

Ter sementes é ter poder

"A estrutura do alho português é unique"
"Hoje as sociedades mais desenvolvidas do mundo são aquelas que souberam preservar esse património genético, trabalhar sobre ele e desenvolver novas variedades." Rena Martins, investigadora em genética agrícola que em 1977 deu início à criação do Banco de Germoplasma Vegetal Português.

16/04/2008

Casamento Descartável

"Recorde-se que no diploma do PS o chamado divórcio litigioso é substituído pelo divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges. O projecto de lei introduz seis alterações fundamentais, entre as quais o fim do divórcio litigioso, o "divórcio sanção assente na culpa". Assim, e de acordo com o diploma, mantém-se o "divórcio por mútuo consentimento", mas elimina--se a necessidade de fazer uma tentativa de conciliação. Quanto ao "divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges", prevê-se como fundamentos a separação de facto por um ano consecutivo, a alteração das faculdades mentais de um dos cônjuges, a ausência (sem que do ausente haja notícias por tempo não inferior a um ano) e "quaisquer outros factos que, independentemente da culpa dos cônjuges, mostrem a ruptura definitiva do casamento" DN
O porquê desta obsessão com a instituição do casamento, intriga-me. A necessidade que esta gente tem de alterar instituições perenes e fundamentais na estruturação da sociedade como o casamento civil ( não vamos falar do religioso, esse sim, um caso difícil! a esse não podem chegar!), deixa-me perplexa, casamentos descartáveis moldam sociedades descartáveis. Está subjacente ao casamento, um contrato livre e voluntário, na assumpção de um compromisso prenhe de direitos e deveres ( são mais os deveres), e aparte romantismos serôdios, quem não passou por um processo angustiante, no que é que eu me vou meter, na angústia do enforcamento público, na angústia que provoca o compromisso sério e para a vida, para o bem e para o mal, na alegria e na tristeza. Há hoje uma diversidade enorme de oferta de associações livres, quase para todos os gostos, o viver junto, o que se quiser, não consta que haja movimentos sociais a reclamar alterações ao regime do matrimónio.... Porquê esta ânsia? São mudanças que imprimem alterações de carácter social importantes na forma como nos relacionamos uns com os outros. Não que tenha reservas com a instituição divórcio, tenho reservas sim, com atitudes levianas e oportunistas, com o facilitismo, com o descartável. Uma sociedade cada vez mais egocêntrica, hoje sim amanhã não, angustia-me o futuro que se reserva para os nossos filhos e para nós próprios. Tão moderninho este Portugal socialista, e tão oportunista na realidade pura e dura.

15/04/2008

Les Contes d'Hoffmann de Offenbach

Ir ao Teatro Nacional S. Carlos, é para mim, reles mortal, motivo de alegria, sempre, (talvez pela raridade) mas sobretudo pela complexidade de estímulos que nos oferece um espectáculo de Ópera. Música, teatro, dança, cenários como só um teatro Nacional pode projectar, um enorme conjunto de artistas a trabalhar,sem paralelo nas Artes, para três ou quatro horas de intenso delírio dos sentidos. Não pertenço ao meio de maneira nenhuma, não sou uma iniciada, mas para a minha sensibilidade, que os reles mortais também possuem! espantem-se os críticos! ( particularmente os do Expresso), foi um bom espectáculo, não me despertou grande empatia a voz do tenor Jean-Pierre Furlan, achei-o mesmo sem brilho, cumprindo mas não convencendo,em contrapartida a mezzo-soprano Stephanie Houtzeel encantou pela belíssima presença e pela interpretação que deu à musa, a soprano Chelsey Schill provocou a absoluta hilariedade da assistência na sua interpretação da Olympia, boneca autómato, com uma voz magnífica,a soprano Maria Fontosh como Antónia, levou o o entusiasmo da plateia ao auge, e o baixo barítono Johannes von Duisburg, impressionou. Será duvidosa esta encenação de Christian von Götz? Não sei, na verdade, não tenho termos de comparação, não conhecia e gostei muitíssimo da peça. A história é verdadeiramente dramática e divertidíssima. Não será que as saudades de Pinamonti, turvam os sentidos dos nossos critícos, impedindo-os de apreciar as qualidades desta produção? Parece-me que sim, e lamento-o. Obrigado Tão!

11/04/2008

Saudades de Tony Soprano ( Câmara Clara)

Tenho que manifestar a minha indignação por ouvir a Rita Ferro, na Câmara Clara do passado Domingo, com enorme desplante, a referir o "gordo" da série dos Sopranos. Gordo? O Gordo? Está a falar do brilhante, magnífico, extraordinário Tony Soprano, Tony para o (imagino) imenso clube de fãs e admiradores, James Gandolfini que nos deslumbrou nos últimos anos com a sua composição da personagem de um chefe da máfia de New Jersey, homem sedutor, paciente complexo e angustiado sofrendo ataques de pânico, pai extremoso, marido adúltero, padrinho implacável, numa série que é já um clássico. Uma série que na verdade estava cheia de gordos, e gordas também, uma mulher gorda e obesa em particular, que protagoniza uma das guerras internas na famiglia que se arrasta por vários episódios com mortes , ódio e vinganças apenas por uma piada sobre a sua gordura!
Cuidado com as expressões quando falamos de mafiosos!

07/04/2008

Viva o Luís

que já nasceu! Parabéns aos pais, especialmente à Nossa Valente Blóquita!

Autópsia de um crime

Michael Caine e Jude Law num confronto perverso, uma proposta indecente, uma partida em três set's, uma peça em três actos encenada por Harold Pinter, num remake de um filme já com mais de trinta anos, em que os protagonistas eram Sir Laurence Olivier e o próprio Michael Caine.Não vi o primeiro, mas agradecia uma reposição urgente no Nimas, por favor! Esta versão do filme é teatro, e do melhor! Para os apreciadores, é de sublinhar como o espaço arquitectónico, uma casa de campo do séc.XVIII, renovada com modernismo e protagonizando o paradigma da Casa Inteligente, se associa à personagem do escritor revelando o seu maquiavelismo e o requinte manipulador do seu carácter. A casa constitui, para mim, uma espécie de alter-ego do personagem, um palco perfeito com as suas escadas brutalistas e fragmentadas, os espaços mutantes, os segredos, o elevador transparente e canal de passagem pleno de constrangimento e suspense sobre o passo seguinte. A lareira lindíssima, as paredes que se transformam em passe de mágica consoante a mudança de luz, adquirindo propriedades reflectoras em planos infinitos. O contraste absoluto entre o exterior e o interior. E a presença nunca revelada, a não ser indirectamente por uma fotografia e pelo telefone, do terceiro personagem, aquela que é o centro do trio amoroso.
Uma magnífica comédia negra a não perder, absolutamente.

Ressurreição

“Podiam umas centenas de milhares de seres humanos amontoados naquele espaço mutilar a terra sobre a qual se juntavam, podiam esmagar o solo com blocos de pedra para que nada germinasse, podiam arrancar as ervas que começavam a nascer, podiam encher a atmosfera com o fumo do petróleo e do carvão, podiam derrubar as árvores, afugentar os animais, amedrontar as aves, mas a Primavera, mesmo na cidade, seria sempre a Primavera.” É assim que começa este magnífico livro de Tolstoi, voltei a pegar nele este fim de semana, li este primeiro parágrafo e fiquei cheia de vontade de o reler.

06/04/2008

Feira da Ladra I

Deambular pelo Campo de Sta. Clara aos Sábados de manhã é um dos meus exercícios favoritos. Ao som do Barco Negro cantado pela Amália em altos berros descobrem-se tesouros magnificos como este que vos apresento aqui. Quatro cavalos marinhos bem discutidos por 2 euros e uma Antologia da Poesia Francesa de Georges Pompidou por outros dois euros com desconto, foram as minhas descobertas felizes. Uma fortuna!

05/04/2008

Lisboa Alternativa

Passar um serão entre os livros, jantar, beber um copo e fumar um cigarro enquanto deambula por esta casa, espreitar por uma porta e descobrir um ensaio, ouvir música ao vivo, desde a clássica, ao Jazz, à concertina (consoante a sala), servir por momentos de modelo fotográfico, dançar, surpreender-se, estranhar, descobrir (-se) um espaço na nossa cidade onde se respira cultura alternativa, experimental e não só. É na antiga Fábrica do Braço de Prata, um espaço ocupado em regime de comodato pelas livrarias Eterno Retorno e Ler Devagar. "Uma Livraria com Programa" nas palavras dos autores deste projecto, José Pinho e Nuno Nabais. Uma experiência curiosa que vale a pena viver!