27/08/2007

Rastreio Pré Natal Bioquímico

Já quase todos nós sabemos o que é e para que serve, mas acontecimentos recentes fizeram-me ter vontade de publicar este Post. Para quem passou um pouco mais ao lado por esta experiência, deixo-vos esta informação: O RASTREIO BIOQUÍMICO baseia-se no doseamento no sangue materno de substâncias produzidas pelo feto ou pela placenta permitindo assim ter uma noção concreta da sua produção durante essa gestação. Este doseamento permite corrigir o risco de uma mulher grávida com uma determinada idade poder ter um bebé com anomalias cromossómicas. Quando realizado no primeiro trimestre da gravidez e associado ao valor da translucência da nuca fetal que é determinado na ecografia realizada entre as 11 e as 14 semanas de gestação, este rastreio permite uma taxa de detecção de anomalias cromossómicas de cerca de 90%. No entanto, deve salientar-se que este é apenas de um método de rastreio que poderá indicar, em caso de risco elevado, a realização de uma amniocentese para se realizar o diagnóstico definitivo da anomalia. Quando fiquei grávida pela 1ª vez, a minha médica obstetra indicou-me, no meio do habitual rol infindável de análises, o rastreio pré-natal. Na ignorância, fiz o teste e não pensei mais no assunto. Com a minha idade (31 anos na altura) não tinha indicação para realizar a amniocentese. Quando me deu a noticia de que o rastreio tinha dado positivo, com risco acrescido para síndrome de Down, aconselhou-me então a fazer rapidamente a amniocentese, informando-me, só nesta altura, que este rastreio era meramente indicativo de uma probabilidade e que 5% dos resultados positivos vinham a revelar-se falsos positivos. Fiquei em pânico, cheia de ansiedade causada pela dúvida sobre o que fazer. A amniocentese, como técnica invasiva que é, representa um risco de 1% de aborto, mas a ansiedade de viver mais 5/6 meses uma gravidez, a pensar que o nosso bébé teria grandes hipoteses de nascer com uma má-formação grave (ou não...) seria demasiado violento. Isto para não falar dos efeitos nefastos que uma gravidez demasiado ansiosa pode provocar na mãe e no seu bebé. Sem grandes opções decidimo-nos pela amniocentese que felizmente correu bem e esperei ansiosa apenas até ao dia em que recebi o tão esperado telefonema a dar-me desta vez a feliz noticia de que esperava um rapaz saudável. Eu não tenho nada contra exames, análises, o que for necessário para ajudar a diagnosticar uma patologia e/ou estudar a sua cura. Do mesmo modo não condeno os pais que conscientes do risco, optam por fazer uma amniocentese no inicio da gravidez. Relativamente a este tipo de rastreios, que ainda dão tantos falsos positivos, ainda por cima para uma percentagem reduzida de má-formações, que não permitem que nenhum tipo de intervenção precoce as cure, acho que os pais têm o direito de ser informados da natureza dos exames a que se sujeitam e possiveis implicações (neste caso para obter a sua confirmação, o recurso a um método com risco de morte fetal), para que em consciência e dentro das suas convicções, possam fazer a sua opção. Na 2ª gravidez, e já devidamente esclarecida, fui eu que disse que não queria fazer o rastreio pré-natal embora não tenha prescindido de nenhuma consulta de rotina, exames e análises reveladores do meu estado de saúde e do do meu bebé. Não vi ansiedades nem dúvidas, não passei por momentos de remorsos, e tive felizmente mais um filho saudável.

23/08/2007

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Há duas coisas que me têm estado a intrigar neste meses de verão. A primeira é que apesar de estarmos quase a chegar ao fim do mês de Agosto, tirando 2 ou três dias e outras tantas noites mais quentes, o Verão e o tão falado Aquecimento Global parecem ter resolvido virar as costas ao nosso país. A segunda é que apesar da cidade já estar cheia de gente, carros, transito, barulhos, confusão nos estacionamentos, filas no supermercado, o metro cheio, etc. quase todos os meus amigos e família ainda estão fora de Lisboa, e quase todas as pessoas que por uma qualquer razão eu preciso comunicar (médicos por ex.) e ou estabelecimentos que normalmente frequento (pastelarias, restaurantes, a minha mercearia) estão fechados para férias! Enquanto EU estive de férias, e vim um ou dois dias de passagem a Lisboa, a cidade estava um sossego… Acho que para o ano vou inverter a temporada!

19/08/2007

Best Off

O das minhas férias foi o episódio que vos vou tentar descrever: Céu de Agosto, estrelado. O pátio da casa dos meus pais em Azeitão. Uma tentativa sem sucesso de observar o espaço com o telescópio do Imaginário. De repente um ponto branco e brilhante no céu, desloca-se a uma velocidade tal, que duvido de um avião e prefiro acreditar numa estrela cadente. No meio do meu entusiasmo peço sofregamente um desejo – “O que é um desejo, mãe? Também posso pedir? Qual foi o teu desejo? – confessamo-nos. Quase choramos, e logo a seguir os três demos as mãos, cantámos, rimos e saltá-mos. Andámos às voltas, abraçámo-nos e rimos, rimos muito, até ir para a cama e sonhar.

10/08/2007

Até Setembro!

Dias Santos na Loja até Setembro, boas férias !

07/08/2007

Apenas uma pergunta.

Na sua "Causa Nossa", Vital Moreira escreve duas entradas que passo a transcrever: "Distinção Há quem insista em confundir os cargos públicos de livre nomeação (e livremente exoneráveis), que sempre implicam uma relação de confiança política e uma margem de discricionariedade política no exercício de funções, e a função pública propriamente dita, constituída por funcionários de carreira, que não são livremente seleccionados nem são livremente exoneráveis e cujas funções decorrem da lei. No dia em que os ministros pudessem demitir os segundos por razões políticas, deixaria de haver Estado de direito e função pública independente. No dia em que os ministros não pudessem demitir livremente os primeiros por razões políticas, deixaria de haver governos capazes de levar a cabo as suas políticas. Será tão difícil compreender esta distinção elementar? Que a directora de um museu não o entenda, é mau; que analistas e comentadores o ignorem, é pior. Coerência e bom-senso Os que defendem que um director de um museu do Estado tem direito de criticar a política de museus do Ministério da tutela sem se demitir (como se fosse possível executar lealmente uma política de que se discorda...) ainda hão-de defender que um chefe de esquadra pode criticar a política de segurança ou que o chefe de uma unidade militar pode criticar a política de defesa. Haja coerência, senhores! E já agora, bom senso... " Não ouvi uma única voz que conteste a legalidade do acto da Ministra: não é o que está em causa, poder demitir, ela pode. E a comparação com o chefe de uma unidade militar é infantil ou absurda e, em qualquer caso, pura retórica. Faço apenas uma pergunta: em que medida as críticas (suaves) à política do Ministério da Cultura impediram Dalila Rodrigues de desempenhar - e reconhecidamente bem - as suas funções? Ou, não deveria o mérito sobrepor-se à confiança política? A lealdade mostra-se com resultados.

Baía dos Piratas

Esta é o nome que lhe demos e esta a praia preferida do meu Kiko, em Agosto!

Clubites à parte.

http://www.sporting.pt/filme Entre, insira os seus dados (que serão só utilizados para este fim) e espere.

06/08/2007

As mulheres e a Europa

Não sou feminista e no entanto considero que existe ainda uma razoável margem de progresso no que diz respeito aos direitos das mulheres. Por isso mesmo, considero de louvar a iniciativa do movimento Escolher, a causa das mulheres, que integra entre outras, Simone de Beauvoir e Gisèle Halimi, que lutam pela introdução de um principio que designam de "cláusula da europeia mais favorecida". Pretende -se com esta cláusula, que seja adoptada na U.E. a legislação mais avançada de cada país europeu no que concerne às mulheres. Ou seja, em relação à violência sobre as mulheres, deveríamos seguir o exemplo dos espanhóis, assim como para a prostituição deveríamos olhar para a legislação sueca. A ler a entrevista de Gisèle Halimi na Visão.

05/08/2007

Porque O´Neill?

Por um feliz acaso, encontrei na estante de livros do meu pai, a biografia literária de Alexandre O´Neill da autoria de Maria Antónia Oliveira. Mas não por acaso continuo a ler com avidez e entusiasmo. As respostas de O´Neill sobre as razões de ser surrealista:

"Porquê?
  • Porque perdi o medo de me surpreender.
  • Porque a "poesia deve ser feita por todos e não por um".(Lautréamont)
      • Porque ao sórdido amor mesa-família-cama-de-casal e às convenientes - e, muitas vezes, adversárias - instituições que o servem e que serve, oponho, tanto em mim como nos outros, a feroz realidade do DESEJO.
      • Porque a realidade não suporta que lhe respeitem as aparências.
      • Porque deixei de opor destruição a criação, para ficar a saber que "quem se destrói não se cansa".(provérbio surrealista)
      • Etc."

      03/08/2007

      PSI II - Recalcamento, uma falha na tradução

      Costumamos ouvir recorrentemente a expressão "és um recalcado", ou seja a pessoa em causa é amarga, está sempre a repisar uma determinada informação. Este conceito de recalcamento foi explicado por Freud como sendo o mecanismo base do funcionamento neurótico ( num post posterior divagarei sobre a estrutura neurótica). O recalcamento é um conceito intimamente ligado ao processo de organização da memória, processo este que é dinâmico e mais não faz do que registar sucessivos eventos de vida, eventos estes que vão sofrendo ao logo do tempo rearranjos e transcrições . A memória é então rearranjo e transcrição, logo o facto que se apresenta na memória pode sofrer deformação/transformação. Assim, algo que se passou num determinado momento, quando passa para o período seguinte, é traduzido de um lugar para o outro, quando existe uma falha nesta tradução estamos perante o mecanismo de recalcamento.

      02/08/2007

      Obrigado.

      Dalila Rodrigues, pelo seu trabalho no MNAA e por não ter calado a sua opinião.

      A Madeira e a República.

      No seu texto de hoje, no Diário de Notícias, Maria José Nogueira Pinto refere que a legislação sobre o aborto foi feita "à trouche-mouche", acrescentando de imediato que "devemos esperar mais de quem legisla, sobretudo em matéria tão delicada", no que tem toda a razão...tivesse ficado por aqui (argumento que, no entanto, nunca vi na boca de Alberto João). Mas Nogueira Pinto prossegue contestando a pergunta feita no referendo: "Honestamente, para que a lei, saída de um referendo cuja pergunta estabelecia, à partida, condições quanto ao modo - quem e onde se pode praticar o aborto - e quanto ao prazo - as dez semanas de gestação -, fosse exequível (ainda que para mim sempre iníqua...) o sistema de saúde precisava, objectivamente, de meios e tempo para organizar uma resposta efectiva e em tempo útil". Dando-lhe ainda razão em relação à necessidade de uma resposta efectiva do sistema de saúde, já não se compreende as suas críticas à questão colocada em referendo (ou talvez se compreenda, uma vez esta para ela será "sempre iníqua"). Chegados aqui, temos dois problemas: a) uma legislação atabalhoada e b) um sistema que não está preparado. Mas, para Nogueira Pinto, resolvê-los "será sempre à custa de menos e pior acesso de mulheres com doenças ginecológicas e oncológicas, e do rateio do financiamento". Ou seja, os problemas que identifica não são, afinal, problemas, nem muito menos, Nogueira Pinto os quer ver resolvidos. Nogueira Pinto ouve "com alívio, a voz da Madeira" o que a Madeira não diz.

      Estou a gostar

      cada vez mais desta nossa manta de retalhos. Sê bem-vinda, Bloca. Que tenhas muitos dias santos.

      Dias de descanso em Lisboa 2

      Ficou a faltar dizer que o À Margem fica em Belém, entre a Vela Latina e o Padrão dos Descobrimentos.

      Dias de descanso em Lisboa

      Dias quentes em Lisboa são bem passados à beira-rio. Passem pelo "Margem" para um almoço ou um copo ao fim do dia. Tem-se sombra, água fresca, música boa e rio, rio, rio, rio, a esplanada como ela devia sempre ser. O espaço foi desenhado pelos arqtºs Ricardo Vaz e João Pedro Falcão de Campos e vale a pena ser visitado. Houve tempos em que uma trupe passava a correr pelo quiosque que deu origem a este espaço, os santos da loja já foram atletas...

      Se faltasse, está aqui a prova de que o acordo é bom III

      Helena Roseta recusou juntar-se a coligação PS-BE na Câmara Municipal de Lisboa (Público online; 01.08.07)

      Se faltasse, está aqui a prova de que o acordo é bom II

      Lisboa: Jerónimo de Sousa diz que acordo PS-BE é duvidoso (Público online; 01.08.07)

      Mais depressa se apanha um coxo que um mentiroso.

      Inter tentou desviar Freddy Adu do Benfica (Diário de Notícias; 31.07.07)

      01/08/2007

      Se faltasse, está aqui a prova de que o acordo é bom.

      Acordo com o PS em Lisboa criticado dentro do BE (Público online; 01.08.07)

      Francisco Assis.

      No momento em que as agressões de que foi alvo foram punidas por um tribunal, a compostura de Francisco Assis perante a longa multidão de Felgueiras merece uma menção. E evoca imediatamente uma outra agressão: a que foi perpretada sobre Mário Soares na Marinha Grande, na sua primeira campanha presidencial. Dar um rosto à coragem física é não deixar a cobardia morrer anónima.

      Tira o pé do chão. Ou não.

      http://www.luxjazzsessions.com/

      E Lisboa já está a ganhar!

      José Sá Fernandes, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, vai ficar responsável pelo pelouro do Ambiente. O novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa garantiu este acordo político ao aceitar diversas condições impostas por José Sá Fernandes, a saber:

      1. que os promotores imobiliários lisboetas sejam «obrigados a vendar ou arrendar 20 por cento dos empreendimentos novos a preços controlados, ou seja, a preços abaixo do preço de mercado»;

      2. a proibição da construção de mais empreendimentos na frente ribeirinha;

      3. o avanço do corredor verde entre Monsanto e o Parque Eduardo VII, idealizado pelo arquitecto Ribeiro Teles;

      4. cancelar a permuta que entregou à BragaParques parte dos terrenos da Feira Popular, negócio cuja legalidade vai ser investigada, sendo ainda feito um levantamento de anteriores negócios entre a câmara e esta empresa;

      5. a reestruturação de diversas empresas municipais, nomeadamente da EPUL, que irá perder todas as suas competências, ficando apenas com a reabilitação urbana.

      6. garantia dada por António Costa sobre a não entrega de qualquer pelouro da autarquia a membros da lista do PSD ou a integrantes da lista do ex-presidente Carmona Rodrigues.

      Acordo na íntegra aqui.